Sou radicalmente contra qualquer tipo de intolerância. E no Brasil pós eleições presidenciais isso vem se observando de maneira tal que até em locais públicos isso tem ocorrido envolvendo políticos. É preciso ter educação democrática, conviver com as diferenças sem discriminar ou ofender gratuitamente, afinal, democracia pressupõe a convivência dos contrários.
Mas é fato que a intolerância chegou aos poderosos de plantão. Na manhã de ontem o senador José Aníbal (PSDB-SP) se envolveu em uma briga com um manifestante ao chegar ao aeroporto de Brasília. Após ser chamado de “golpista”, “ladrão” e “traidor da democracia”, o tucano reagiu à provocação, bateu boca com o interlocutor e tentou acertá-lo com um jornal.
No último domingo (19), passageiros de um voo entre São Paulo e Brasília hostilizaram o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força, que foi um dos principais líderes do movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.
Ao perceber a presença do parlamentar, um passageiro se levantou de sua poltrona e começou a chamá-lo de “Paulinho da Farsa”, enquanto outros filmavam. Na sequência, um grupo de passageiros no fundo da aeronave engrossou o coro e passou a gritar: “Golpistas, fascistas, não passarão!”
Mas isso é reflexo do clima de beligerância que tomou conta do país que está literalmente dividido. Quem não se lembra as agressões verbais sofridas por ministros de Dilma alvos de baixarias em restaurantes e até em um hospital: Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma e ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais de Lula, e Guido Mantega, ministro do Planejamento de Lula e ministro da Fazenda de Dilma foram alvos, sem falar no prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
As agressões físicas e morais em público por razões políticas não ocorrem somente contra petistas de carteirinha ou membros de governos petistas. Cidadãos comuns vêm sendo agredidos mesmo que não tenham preferência pelo PT. Basta usarem alguma peça de roupa vermelha e passarem ao lado de grupos radicais de extrema-direita e aí as agressões são contra qualquer um que seja “suspeito” de ser petista.
Mas agora parece que o feitiço virou contra o feiticeiro.
Não concordo com isso. A liberdade de expressão tem que ser respeitada. Não sou obrigado a ter o mesmo pensamento que outrem. Posso discordar de uma pessoa, é um direito que a Constituição me assegura, como outra pessoa da mesma forma pode também discordar de mim. No entanto isso não dá o direito de eu agredir quem discorda da minha opinião nem eu ser agredido. Isso é intolerância e a democracia não permite isso.
Tenho dito!
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