Notícia publicada no caderno Cidade do Jornal de Hoje:
Plantado na zona rural de Pendências, a mais de 200 quilômetros de Natal, o capim irrigado com esgoto tratado em um projeto de cunho ambiental, social e econômico com participação da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), vai se tornar matéria-prima para ser usada como combustível na fábrica de briquetes de Ipanguaçu. Briquete, como é chamada a lenha ecológica produzida a partir de capim, restos de vegetação e até papelão, é o insumo que vai substituir a madeira da Caatinga, nativa na região do Vale do Açu, como fonte de energia para as indústrias de cerâmica.
Atualmente, o capim é cultivado em uma área de 10 hectares, irrigada por todo o esgoto tratado pela Caern em Pendências, uma experiência que tem a colaboração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) por meio da subsidiária Embrapa Solo e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN). A fábrica deverá entrar em funcionamento em abril de 2013. Sua produção é estimada em 4,8 mil toneladas deste produto por ano. Um dos componentes do briquete será a palha da carnaúba, abundante no Vale.
A fábrica de briquetes está em construção no Campus do IFRN em Ipanguaçu, como ponto alto do projeto “Caatinga Viva”, integrado pela Caern e outras instituições com patrocínio do programa Petrobras Ambiental, com o propósito de permitir a formação de uma cadeia de empresas ou instituições voltadas para a produção de biocombustíveis adensados no Baixo-Açu potiguar, uma espécie de cluster. A concepção do projeto, entre outras ações, é no sentido de deter a degradação da Caatinga na região, que fornece lenha para o setor que produz telhas e tijolos.
Segundo informações do IFRN, a instalação das sete máquinas e acessórios da futura unidade industrial de vertente ecológica durou 20 dias e foi concluída em dezembro. A etapa seguinte é a pintura especial, que tem o objetivo de proteger as instalações contra corrosão e as altas temperaturas típicas em espaços desse tipo. Em março, será executada a parte elétrica e feito o acabamento do galpão, que terá 900 metros quadrados. A unidade representa um investimento superior a R$ 1 milhão.
A Caern está presente no Caatinga Viva desde o começo de 2011 e em outubro daquele ano, foi iniciada o plantio do capim em Pendências, na propriedade do agricultor Zedequías Alves, dando uma destinação ambiental e econômica, possibilitando o reuso de esgoto. “A fábrica representa o coroamento de todo um trabalho iniciado há dois anos, constituindo-se em uma unidade operacional e economicamente sustentável”, observa o engenheiro da Caern, Marco Antônio Calazans Duarte, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo.
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