Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Caso Precatórios: Carla Ubarana reafirma acusações contra Rafael

14 de novembro de 2012

Notícia publicada no caderno Natal da Tribuna do Norte:

A acareação entre o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) e a ex-chefe do setor de precatórios da instituição, Carla Ubarana, aconteceu ontem, a portas fechadas, na sede da Justiça Federal, em Natal. A audiência foi presidida pelo desembargador federal Rogério Fialho, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. A acareação foi acompanhada pela subprocuradora da República Lindonora Maria Araújo e pelos advogados de defesa de Ubarana, Marcos Leal, e de Godeiro, Boris Trindade. Nenhum deles comentou a acareação. Os promotores do patrimônio público Rinaldo Reis e Flavio Pontes; também estiveram na sede da JFRN, mas, de acordo com a assessoria de imprensa do MPE, não acompanharam a acareação.Essa foi a primeira vez que Rafael Godeiro e Carla Ubarana se encontraram desde que foi deflagrada a Operação Judas, em janeiro deste ano.

Carla Ubarana chegou acompanhada do marido, George Leal. (Foto: João Maria)

Por volta das 9h15 o desembargador Rafael Godeiro chegou à sede da Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN) acompanhado dos advogados Bóris Trindade e Carlos Trindade. O desembargador não quis conceder entrevista, limitando-se a dizer que esperava “que tudo fosse esclarecido”. Ao entrar no prédio da JFRN, o desembargador seguiu para a 5ª Vara, no segundo andar do prédio, e foi encaminhado para o gabinete do juiz. Carla Ubarana chegou poucos minutos depois acompanhada apenas do marido George Leal. Ela estava visivelmente abatida e com o visual totalmente diferente do visto no dia das oitivas do TJRN, em março deste ano, com o cabelos longos e pretos. George Leal chegou de chapéu e tentou esconder o rosto ao perceber a presença da imprensa. Os dois não disseram uma palavra sequer na chegada à Justiça Federal. O casal foi levado para uma sala ao lado de onde estava o desembargador Rafael Godeiro. Dois agentes de segurança judiciária ficaram de prontidão na porta da sala de audiências durante toda a manhã.

A subprocuradora da República, Lindonora Maria Araújo, chegou por volta das 9h35 acompanhada dos promotores do patrimônio público Rinaldo Reis e Flavio Pontes. Nenhum deles falou com a imprensa. Em seguida chegou o advogado de defesa de Carla Ubarana, Marcos Leal. Apesar de não participar da acareação, o desembargador Osvaldo Cruz foi representado na audiência por seu advogado, Flaviano Gama.

A imprensa não pode acompanhar a acareação, que começou por volta das 10h. A audiência acabou por volta das 11h. O primeiro a sair da sala de audiências foi o desembargador Rafael Godeiro, acompanhado de seu advogado. Aparentemente tranquilo, ele afirmou que por se tratar de um processo em segredo de justiça ele não poderia comentar a acareação. “Eu não posso comentar nada porque o processo está em segredo de justiça. A justiça vai decidir se a acareação foi positiva ou não, o que eu posso dizer é que eu continuo tranquilo”, afirmou. Os advogados Marcos Leal e Flaviano Gama saíram em seguida e preferiram não falar com a imprensa. A imprensa aguardava a saída de Carla Ubarana e George Leal quando foi informada pela assessoria de imprensa da JFRN que todos os outros presentes na acareação, inclusive o desembargador federal, Rogério Fialho, e a subprocuradora da República, Lindora Maria, saíram pelo elevador privativo e não estavam mais no prédio.

Memória

Foto: João Maria Alves

Os desembargadores Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz são acusados por Carla Ubarana, ré confessa na Operação Judas, de serem beneficiados por um esquema de desvio na verba referente aos precatórios do Tribunal de Justiça. Os dois magistrados foram afastados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e são investigados no STJ. Os dois negam os crimes.

Segurança da denúncia impressionou

A reportagem tentou falar com os promotores Flávio Pontes e Rinaldo Reis, mas a assessoria de imprensa do MPE informou que eles não comentariam o caso, já que não acompanharam a acareação e estavam lá para oferecer suporte à subprocuradora da República. No entanto, através da assessoria de imprensa, os promotores informaram que a subprocuradora da República, Lindora Maria, teria ficado impressionada com a segurança de Carla Ubarana nas afirmações e que a ex-chefe do setor dos precatórios do TJRN não teria caído em contradição em nenhum momento da acareação.

Advogado

Por telefone, o advogado de Carla Ubarana, Marcos Leal, afirmou que ele e sua cliente ficaram satisfeitos com a acareação. “Todas as perguntas foram respondidas por Carla, como já haviam sido respondidas anteriormente no processo que tramita na justiça estadual”, disse, confirmando que Carla Ubarana ratificou as acusações de que Rafael Godeiro recebia mensalmente parte do dinheiro desviado do setor de precatórios. Ele também alegou que por se tratar de um processo em segredo de Justiça, não poderia dar mais detalhes da audiência que aconteceu na manhã de ontem. “O depoimento de Carla está de acordo com todo o processo”, disse.

Visual

A aparência de Carla Ubarana ao chegar à sede da Justiça Federal na manhã de ontem chamou a atenção das pessoas que acompanharam o desenrolar da Operação Judas. Ela não lembrava em nada a mulher elegante e bem cuidada que prestou depoimento ao juiz José Armando Pontes, da 7ª vara criminal da justiça estadual, no dia 30 de março deste ano. Na ocasião, Carla se apresentou maquiada, bem mais magra, com os cabelos escovados e bem cuidados. Ontem, ela aparentava estar abatida. Apesar de estar acima do peso, o que chamou a atenção foram os cabelos longos e pretos, que levou à discussão se seria uma tentativa de se disfarçar para evitar o assédio da imprensa.

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Desembargadores negam recurso de Carla Ubarana contra demissão do TJ

Notícia publicada no caderno Natal da Tribuna do Norte:

A tentativa de Carla Ubarana em manter o cargo efetivo que tinha no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte foi emvão. Pelo menos na Justiça potiguar. Na manhã de hoje (14), o pleno to TJ/RN manteve a decisão da presidente Judite Nunes sobre a demissão da e-chefe da Divisão de Precatórios da instituição, que era funcionária de carreira. Carla Ubarana argumentava que o processo de demissão teve irregularidades.

O advogado Marcos Leal, que defende a ré confessa da Operação Judas, argumentou suposta incompetência da Comissão Disciplinar Permanente do Fórum Miguel Seabra Fagundes para conduzir o processo administrativo, além de outras questões técnicas que teriam contaminado o processo. Para ele, a comissão que possuiria legitimidade para apurar a conduta de Ubarana seria a do próprio Tribunal de Justiça. Além disso, o advogado também argumentou que o indiciamento da servidora foi realizado somente no final do processo, quando deveria ter acontecido no início.
Os argumentos da defesa, porém, não foram acatados pelos membros da Corte do Tribunal de Justiça. Após leitura do recurso, a desembargadora Judite Nunes manteve o entendimento anterior e foi seguida por todos os membros da Corte, que não se prolongaram na discussão do caso.

Ainda não há a confirmação se Carla Ubarana vai procurar esferas superiores da Justiça para tentar manter o cargo no Tribunal de Justiça.

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