Notícia publicada no portal G1 RN:
A empresa Marquise, que presta serviço terceirizado de coleta de lixo em Natal, emitiu nota à imprensa na noite desta quinta-feira (22) informando que suspendeu a atividade. Segundo a nota, a Prefeitura de Natal tem uma dívida de R$ 24 milhões junto à empresa. A Companhia de Limpeza Urbana de Natal reconhece a dívida e vai tentar um acordo com a Marquise.
“Eu reconheço essa dívida, mas o problema é que a Prefeitura não dispõe de verba no momento para sanar esse débito. A Marquise, que é uma empresa parceira, está certa em cobrar o que a Prefeitura lhe deve. Mas ainda acredito que podemos sentar e negociar. Vamos tentar um acordo para parcelar essa dívida”, falou ao G1 o presidente da Urbana, João Bastos.
Segundo Bastos, caso a Marquise não aceite um acordo até o meio-dia desta sexta-feira (23), a Urbana deverá procurar outra empresa para fazer o serviço terceirizado de transbordo do lixo de Natal.
Segue a íntegra da nota da Marquise:
“A Marquise esclarece que a dívida da Prefeitura de Natal referente ao serviço de limpeza urbana prestado pela empresa é de R$ 24 milhões atualmente. Por conta da falta de pagamento, as prestadoras do serviço de transbordo paralisaram suas atividades a partir desta quinta-feira. Com isso, os serviços de coleta domiciliar das zonas oeste e sul, assim como os da zona leste devem ser afetados. O último pagamento recebido pela Marquise foi referente a outubro do ano passado.
A empresa tem tentado exaustivamente negociar essa dívida, inclusive judicialmente. No entanto, a Prefeitura não tem cumprido integralmente com as obrigações referentes ao que foi contratado. A Marquise entende que o serviço prestado em Natal é essencial para a cidade e que os problemas na limpeza urbana são resultado da falta de pagamento pela Prefeitura. Sendo assim, a empresa não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos à população”.
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Notícia publicada no caderno Natal da Tribuna do Norte:
Alex Costa
Um roteiro pelo bairro de Mãe Luiza, Santos Reis, Brasília Teimosa e Rocas na zona Leste da capital potiguar, e pilhas de lixo em cada esquina fazem parte do cenário. Próximo à entrada do Farol de Mãe Luiza, ponto turístico da capital potiguar, um verdadeiro lixão começa a se instalar num terreno baldio, bem próximo a residências e à via de acesso ao monumento. De acordo com o diretor-presidente da Limpeza Pública de Natal (Urbana), João Bastos, oito caçambas foram necessárias para remover todos os dejetos desse mesmo local na última segunda-feira. Porém, o lixão não deixou de existir, nem mesmo com a coleta diária “regular” no bairro de Mãe Luiza, segundo o titular da Urbana.
“Mãe Luiza é o único bairro não comercial de Natal que tem coleta de lixo todos os dias. Mas as pessoas que moram por lá são as que mais produzem lixo em toda a cidade. O acúmulo acontece tão depressa que não há espaço suficiente para toda a demanda nos caminhões compressores”, informou Bastos à reportagem da TRIBUNA DO NORTE. O diretor-presidente ressaltou também a paralisação por três dias dos serviços dos funcionários terceirizados da empresa Líder, responsáveis pela coleta na maior parte da região Leste. As alegações de falta de pagamento foram confirmadas pelo titular da Urbana, que pediu paciência para solucionar a pendência, sem que haja prejuízo para a população.
Entre os moradores do bairro, o clima é de revolta e insatisfação. Segundo a dona de casa Meire Freitas, todo o lixo das imediações do farol é colocado naquele terreno baldio somente para não impedir a passagem de carros pelas ruas adjacentes, dada a alta demanda de dejetos. “Não dá para ficar com o lixo na porta de casa. Muito menos dentro de casa. Depois de tanto tempo, o mau cheiro é insuportável”, disse.
A situação piora para quem mora perto dos “lixões” improvisados. De acordo com Eliane Rocha, de 50 anos, há semanas em que a coleta de lixo passa quase cinco dias sem cumprir a coleta com regularidade. “Dentro de casa é uma peste de moscas durante o dia e de baratas e ratos durante a noite. Deixar comida em cima da mesa é pedir para as baratas atacarem”, reclamou a moradora. Eliane já tentou de todas as formas evitar que os insetos entrem em sua residência, mas garante que “não há veneno que dê vencimento”.
Todo tipo de lixo é encontrado na zona leste. Lixo orgânico se amontoa com pneus usados, papelão, geladeiras, sofás, guarda-roupas, entulhos de obras e restos de poda. Nas Rocas, junto ao muro do complexo de tanques e reservatórios de combustível da Petrobras, uma rua está totalmente tomada por lixo orgânico da região. “Não temos onde colocar. Mesmo assim, todo o mau cheiro entra bem na minha casa”, alegou o morador Francisco Viana França, de 38 anos.
Empresa anuncia suspensão de serviço prestados à Urbana
Se o quadro atual é de calamidade, a situação da limpeza pública em Natal tende a se agravar. Isso porque a Marquise anunciou ontem a suspensão do serviço prestado à Urbana. Em nota, a empresa esclarece que a dívida da Prefeitura do Natal referente ao serviço de limpeza é de R$ 24 milhões atualmente. Alegando falta de pagamento, as prestadoras do serviço de transbordo paralisaram as atividades ontem. “Com isso, os serviços de coleta domiciliar das zonas oeste e sul, assim como os da zona leste devem ser afetados”, diz a nota, acrescentando que “o último pagamento recebido pela Marquise foi referente a outubro do ano passado”
A nota diz ainda: “A empresa tem tentado exaustivamente negociar essa dívida, inclusive judicialmente. No entanto, a Prefeitura não tem cumprido integralmente com as obrigações referentes ao que foi contratado. A Marquise entende que o serviço prestado em Natal é essencial para a cidade e que os problemas na limpeza urbana são resultado da falta de pagamento pela Prefeitura. Sendo assim, a empresa não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos à população.”
O secretário de Limpeza Urbana de Parnamirim, Gutemberg Xavier, teme que a paralisação da Marquise prejudique a coleta em Parnamirim, município que participa de um consócio para uso do aterro sanitário, juntamente com Natal e Ceará- Mirim. “Mesmo antes da paralisação nós já estávamos sentidos os efeitos aqui”, disse Gutemberg. Parnamirim usa a estação de Cidade Nova como ponto de transbordo do lixo urbano.
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