Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Eólicas – Novas regras não devem afetar RN durante os leilões

17 de junho de 2013

Notícia publicada no Novo Jornal:

Nem tudo está perdido para o setor de energia eólica do Rio Grande do Norte quando se fala na nova medida adotada pelo governo federal que restringe os próximos leilões a projetos que tenham garantia de conexão no sistema elétrico. Ao contrário, a medida tende a resolver o entrave provocado pela ausência de conexão a rede básica SIN (Sistema interligado de Energia), que mantém as usinas eólicas prontas, mas sem produzir por não ter como escoar a energia.

Foto: Reuters

Foto: Reuters

É dessa forma que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) recebem a nova medida confirmada nesta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pela Secretaria de Planejamento Estratégico do Ministério de Minas e Energia (MME).

Na realidade, a determinação não é novidade para a equipe econômica do governo do estado. O secretário de desenvolvimento econômico, Rogério Marinho, diz que a notícia da restrição que já entra em vigor no próximo leilão a ser realizado em agosto, surpreendeu desde o início do ano, quando já era prevista, mas trouxe tranquilidade no sentido de que os prejuízos serão mínimos se comparados com as vantagens que virão em médio prazo para o setor.

O Rio Grande do Norte, diz, não deixará de competir no próximo leilão, mesmo com o atraso na instalação das linhas de transmissão. “Após várias reuniões realizadas entre Brasília e Rio de janeiro, na sede do MME com a participação da EPE, ficou decidido que o RN participaria em condições de competitividade no próximo leilão de energia de reserva A-3, em decorrência da existência de uma capacidade remanescente de potência da ordem de 1.000 Megawatts”, revela o secretário.

Toda essa energia está na região de João Câmara, área com maior concentração de parques eólicos em construção no estado.

A garantia de que o Rio Grande do Norte não está fora do leilão vem dos entendimentos que Marinho diz ter iniciado com as principais autoridades do segmento elétrico brasileiro, como Ministério de Energia, Empresa de Pesquisa Energética e a CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) para minimizar o efeito da medida do governo federal, que poderia ser devastadora para o projeto eólico potiguar. O estado é historicamente importador de energia e não tem uma infraestrutura adequada para permitir o escoamento de toda a energia gerada pelos quase 100 parques eólicos ganhadores dos leilões de energia. “Seria devastador. O estado é líder na geração de energia elétrica através dos ventos e com investimentos em torno de 12 bilhões de reais”, acrescenta.

Mas a preocupação não termina por aí. Paralelamente à questão pontual de participação no próximo leilão, o secretário revela que está tratando de uma discussão maior que é de dotar o estado de condições ideais para explorar a totalidade do seu potencial sem sobressaltos. “Ou seja, implantarmos linhas estruturantes de 500 KV em condições de, em médio prazo, escoarmos a nossa produção sem a necessidade de nos preocuparmos com os gargalos atuais da transmissão”, diz.

Para tanto o Governo Federal sinaliza que, no segundo semestre deste ano, realizará a licitação de linhas de transmissão que atenderá os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul com a construção de 1.765 km de linhas de transmissão e subestações em 500 KV. “Isso vai viabilizar a contratação de 6 mil megawatts de parques eólicos. A expectativa é de que tais obras estejam em operação a partir de 2016”, prevê Marinho.

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