Deu no caderno de Economia do Tribuna do Norte:
O governo do estado estuda reajustar mais uma vez o preço repassado aos fornecedores do Programa do Leite. Se aprovado, este será o terceiro reajuste em menos de seis meses. O preço do litro – hoje em R$ 0,93 – pode passar para R$ 1, segundo o secretário de Agricultura, Betinho Rosado. O governo também estuda adquirir bagaço ou cana de açúcar para complementar a alimentação do rebanho e desonerar a fabricação de produtos lácteos no estado. As reivindicações fazem parte do Plano para a Salvação do Rebanho e foram apresentadas ontem por entidades rurais à governadora.
Uma comissão especial foi formada por representantes do governo e do setor para discutir a execução do plano. A primeira reunião foi agendada para amanhã. As entidades aproveitaram a ocasião para cobrar ações urgentes e criticar o atraso no repasse dos últimos reajustes. Sinalizados em maio, os reajustes ainda não chegaram aos produtores.
Os pecuaristas também exigem a ampliação do volume de milho disponibilizado pela Conab no estado. Para 2012, a Companhia Nacional de Abastecimento teria disponibilizado cerca de 40 mil toneladas de milho – vendido a preços subsidiados pelo governo federal. “Queremos que a Conab disponibilize 100 mil toneladas”, afirma Júnior Teixeira, presidente da Associação Norte-Rio-Grandense dos Criadores (Anorc). Em algumas unidades, já falta milho. “Também propomos que o governo adquira o estoque previsto de bagaço de cana ou a própria cana disponível em troca de compensação tributária de ICMS das usinas”, diz um dos trechos do plano. O governo, segundo Betinho Rosado, já negociaria aquisição. “Procuramos as usinas. Algumas, no entanto, preferem usar o bagaço para produzir energia”, afirma.
Os pecuaristas também querem que o governo altere uma portaria do Idema – a 134 de 2012 – e amplie a área considerada como ‘irrigação de pequena propriedade’. Medida, afirmam, ampliaria a oferta de água e alimento para o gado. As entidades também querem que o Estado desonere os insumos usados na alimentação do rebanho e tribute o leite in natura produzido em outros estados. O Plano também inclui a desoneração da cadeia produtiva do leite, o que aumentaria a competitividade da indústria láctea potiguar e a colocaria em pé de igualdade com a de estados que fazem o mesmo.
Hoje, afirma José Vieira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária no estado, os produtores têm dificuldades até para alimentar o rebanho. O preço da saca com 50 quilos de soja teria passado de R$ 45 para R$ 80 nos últimos meses, aumentando o custo de produção e provocando a venda ou abate de parte do rebanho. “Consideramos viável que o governo compre rações e repasse aos produtores a preço de custo”, diz um dos trechos do Plano.
O governo federal também anunciou aumento no preço pago aos produtores no Nordeste e em Minas Gerais, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos. O reajuste, que vigorará até dezembro, vai beneficiar mais de 25 mil agricultores familiares em oito estados. A medida foi motivada pela estiagem que afeta a região. No RN, o preço para o produtor passa de R$ 0,74 para R$ 0,83. No estado, o Programa do Leite é mantido com verba do governo federal e do estadual.
Clique aqui para ver a publicação original
© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados
O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.