Após assembleia realizada no último sábado (16), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-Natal) deliberou pela adesão do IFRN à greve federal da educação a partir do dia 21 de junho. A paralisação atingirá todos os campi de Natal e do interior, 16 ao todo, prejudicando 25 mil alunos. Atualmente são mais de 50 instituições de ensino superior em greve no País.
“O Governo Federal continua protelando e o processo de negociação não evolui. Hoje mesmo foi cancelada a reunião do GT (Grupo de Trabalho) Carreira, porque foi alegada que não havia uma proposta concreta. Na greve do ano passado, o reajuste de 4% e incorporação da gratificação GEDBT foram prometidos. Mas só agora, em vias de greve, que o Governo liberou, mas não contemplou os técnicos. Também outro golpe que recebemos foi a insalubridade, que antes era percentual e agora virou valor fixo, o que trouxe até redução salarial”, afirmou Euriel Aguiar Moura, da direção do Sinasefe-Natal, que representa os técnicos e docentes do IFRN.
Entre as principais reivindicações da Sinasefe estão à reestruturação das carreiras, política salarial que engloba reajuste de 22, 08%, implementação da data-base, recomposição das perdas anuais, melhoria das relações e condições de trabalho, modificações na MP 568/2012 quanto aos adicionais de periculosidade e/ou insalubridade e posição contrária à previdência complementar para os servidores públicos federais.
De acordo com Euriel Aguiar, a categoria ainda quer evitar a precarização do ensino. “Temos medo que seja como as escolas estaduais. Se construiu muito, mas como ficou o nível de qualidade? Há vários IFs que funcionam de forma precária. O IFAL (Alagoas) funciona nas dependências de uma escola estadual, outro não tem muro e é apenas cercado, e tem até IF construído ao lado de lixão”. Disse.
O professor de mecânica do IFRN, Júlio Alves Hermínio, contou que a grande maioria dos servidores já havia decidido pela greve desde o último dia 13, quando o indicativo já havia sido aprovado nacionalmente. “Lutamos principalmente pela reestruturação da carreira. Desde agosto, após o término da greve do ano passado, foi prometido que a reestruturação aconteceria até março, só que isso não foi cumprido”.
O estudante do curso de Edificações Guilherme de Oliveira Souza contou que é solidário às reivindicações dos técnicos e professores, mas acredita que a greve não seja necessária nos campi de Natal. “Sei que a situação dos campi do interior é complicada, são deficientes, e este é um dos motivos da greve. Só que sabemos também que o Governo cumpriu algumas exigências dos servidores após a greve em 2011. Vamos ser bem prejudicados, porque já estamos com o calendário atrasado por causa da greve do ano passado. A maioria dos alunos é contra este movimento e na minha turma, de 12 professores até agora cinco não devem aderir à paralisação”.
De acordo com o Sinasefe Natal, o comando de greve e o sindicato definirão quem serão os servidores que cumprirão o quadro dos 30% emergenciais. Dentro do calendário de mobilização elaborado pelo comando de greve, o Sinasefe participará hoje às 18h30 de reunião com servidores, estudantes e pais de alunos no Campus Natal Central, para explicar os motivos da paralisação. Já no dia 22, às 15h será realizado um evento em frente ao Campus Natal Central para marcar o início da greve no IFRN, em parceria com o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do Rio Grande do Norte (Sintest/RN).
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