Notícia publicada no Tribuna do Norte:
A indústria mineradora do Rio Grande do Norte está retomando o status que detinha entre a década de 70 até meados da década de 80, agora acompanhando o “boom” que se registra no setor no mundo e no Brasil. Várias minas que estavam desativadas, como as de schellita (minério de tungstênio) já estão em plena produção na região do Seridó, enquanto outras minas estão em prospecção para ouro e até esmeraldas.
Para o empresário Marcelo Porto Filho, presidente do Sindicato da Indústria de Mineração do Rio Grande do Norte, é de expansão o ciclo e crescimento da mineração potiguar, com grande parte das minas em exploração, especialmente, as minas de schellita, quase todas elas com grupos estrangeiros à frente, com exceção das tradicionais Tomaz Salustino e Barra Verde, em Currais Novos.
Recentemente, o Idema recebeu um pedido de um grupo que iniciou a exploração de ouro na Fazenda Bonfim. Na região Central e agora quer explorar esmeraldas (Berilo), numa demonstração da vitalidade da mineração potiguar. Segundo o empresário, o solo potiguar tem ouro, ferro schellita, fedelpato, calcário, tantalita, água marinha, esmeralda, granito, entre outras riquezas.
Para Marcelo Filho, o cavalo selado está passando pela segunda vez na mineração potiguar. O baque ocorreu durante a década de 80 quando a China inundou o mercado com o minério de tungstênio, fazendo o preço desabar. De 1990 até 2004, o Sindicato contabilizava entre 70 a 100 empregos na mineração potiguar. Atualmente, mais de dois mil trabalhadores têm emprego nas minas fortalecendo a economia no interior potiguar.
Ele destaca que as perspectiva são as melhores possíveis, com os altos investimentos à espera do Marco Regulatório da Mineração em tramitação no Congresso Nacional. De três anos para cá, segundo disse ele, mais de três mil pedidos de licença tramitaram no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Rio Grande do Norte.
Há em curso outras prospecções/explorações de ferro na Mina Bonito, em Jucurutu e da Província de W-Au Seridó, da Susa Mineração, no Seridó. Segundo o diretor-presidente da mineradora, José Fonseca de Oliveira, a China é a maior consumidora da mineradora. Destacou a valorização regional ao revelar que a Susa Mineração trabalha com recursos próprios e emprega atualmente 120 funcionários, sendo 98% do seu quadro de colaboradores filhos da Região Seridó.
Investimentos
Em outras áreas da mineração potiguar o Governo do Estado chega a contabilizar novos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão. São a implantação e a expansão da Mizu Cimentos, em Baraúna com R$ 370 milhões, além da Cal Norte, considerada líder mundial na produção de cal com investimento projetado de R$ 220 milhões até 2015, também no Oeste e quatro indústrias de mineração instaladas no Seridó somando um investimento de R$ 621 milhões.
O Rio Grande do Norte se destaca também no chamado grupo minerais de agregados para a construção civil, como areia e pedra britada, as substâncias minerais mais consumidas no Brasil. Segundo o Ibram, “em 14 anos, a demanda por esses materiais partiu de 460 milhões de toneladas (1997) para 637 milhões de toneladas (2011).
Escassez d’agua dificulta expansão de segmentos
Várias atividades industriais espalhadas pelo interior do Estado sofrem, há dois anos, com a falta dàgua, entre as quais, as indústrias de cerâmica e as usinas e destilarias de açúcar e álcool, embora concentradas mais na faixa litorânea. No caso das cerâmicas existe uma agravante, a da queima da madeira para a fabricação de telhas e tijolos sobretudo na região Seridó, uma das maiores produtoras do Nordeste e, sem perspectiva da chegada de um gasoduto para o segmento de cerâmica vermelha do RN.
Já no setor sucroalcooleiro, não bastasse o fechamento da Usina São Francisco, em Ceará-Mirim, estudos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revelam que “a dificuldade de recuperação dos canaviais afetados pela seca e a elevação dos preços dos insumos farão a área colhida de cana-de-açúcar no Nordeste diminuir 8% e os custos de produção subirão 6% na safra 2013/2014”.
De acordo com a CNA, a seca na região no ano passado afetou a produtividade e obrigará os produtores a investir na formação de novos canaviais para recuperar as áreas afetadas pelo clima. Além disso, os produtores terão mais custos com os insumos agrícolas por causa do dólar mais alto. No Rio Grande do Norte as usinas do Grupo Farias, em Baía Formosa, do grupo Louis Dreyfus (Estivas), em Arês e da Ypióca, em Ceará-Mirim/Pureza estão ampliando suas áreas irrigadas, através do processo de fertirrigação com vinhoto, para reduzir a dependência das chuvas.
Crédito
O BNDES também acaba de aprova uma linha de financiamento de R$ 356,2 milhões de reais para novos projetos de plantio de canaviais pelo programa BNDES Prorenova. O total de projetos do Prorenova já atingiu cerca de R$ 1,3 bilhão de reais em 2013 e o plantio de 305 mil hectares, o que já supera o desempenho de 2012, segundo o Banco.
Alias, crédito é o que não falta para o agronegócios do RN crescer. O Banco do Nordeste do Brasil através dos programas de microcrédito produtivo orientado, Crediamigo e Agroamigo, já financiou mais de R$ 260 milhões no Rio Grande do Norte, apenas de janeiro a agosto de 2013, em mais de 137 mil operações. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) já contratou, no mesmo período, R$ 59 milhões.
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