Deu no portal G1 RN:
Nos últimos anos, conforme dados publicados pelo pesquisador Magdi Aloufa, coordenador do Laboratório de Biotecnologia de Conservação de Espécies Nativas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal já perdeu 30% da sua cobertura vegetal. As consequências desta perda podem ser sentidas, segundo o especialista, no aumento da sensação térmica de calor e na redução dos espaços verdes para lazer e entretenimento da população.
De acordo com pesquisador, Natal já perdeu 30% da cobertura vegetal ao longo dos últimos anos (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Neste 21 de Setembro, Dia da Árvore, há pouco o que ser comemorado na capital potiguar. Um levantamento florístico encomendado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) à UFRN, e que embasaria o Plano Diretor de Arborização de Natal, está parado há mais de um ano. Dos 57 pontos de coleta de informações sobre o perfil das árvores e estado de saúde de cada uma delas, somente o levantamento de dados em cinco deles foi concluído e apenas três relatórios encaminhados à Semurb.
“Nosso projeto era fazer um inventário com o perfil detalhado de cada uma das árvores, identificando a espécie e o estado de saúde de cada uma delas. Entretanto, não conseguimos concluir”, lamentou Magdi Aloufa. Dentre os problemas enfrentados pela equipe do pesquisador, estava o atraso no repasse dos recursos pela Prefeitura de Natal.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, João Bosco Afonso, foi procurado para comentar o assunto. Entretanto, não respondeu ou retornou às tentativas de contato telefônico. O secretário adjunto, Eugênio Bezerra, disse que somente Bosco Afonso poderia falar sobre o levantamento florístico e as questões envolvendo o professor Magdi Aloufa. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Rossana Sudário, também foi procurada mas não retornou ou atendeu as ligações.
O especialista ressaltou que os assuntos relacionados ao ordenamento florístico da capital foi esquecido por muitos anos. “É um projeto que deve ser executado com eficiência e sem demora”, enfatizou. Sobre a possibilidade da própria Semurb assumir o levantamento, Magdi Aloufa afirmou que achava pouco provável, pois há mais de um ano o estudo foi paralisado e nada foi feito pela Secretaria Municipal. Em Mirassol, um dos bairros pesquisados, foram identificadas quatro mil árvores.
Baobá do Poeta
Baobá do Poeta teria sido fonte de inspiração do escritor Saint-Exupéry no livro ‘O Pequeno Príncipe’. (Foto: Ricardo Araújo/G1)
A história de uma das mais antigas e maiores árvores dentro da área urbana de Natal pode ter sido de pano de fundo para a trama de um dos livros mais lidos no mundo: ‘O Pequeno Príncipe’. Seu autor, Antoine de Saint-Exupéry, desempenhava dentre as funções de escritor, a de piloto de avião. Ele teria passado por Natal em julho de 1939, a caminho da Argentina. Para o escritor e advogado Diógenes da Cunha Lima, a vinda do francês a Natal é inegável.
Diógenas da Cunha Lima, em seus escritos, afirmou que a fonte de inspiração de Exupéry para o livro ‘O Pequeno Princípe’ foi o RIo Grande do Norte e, principalmente, Natal. Isto porque, o livro é ilustrado com desenhos de dunas, da estrela-cometa, um dos símbolos da cidade, falésias e de um vulcão, provavelmente o Pico do Cabugi, além do baobá. Teria sido, inclusive, em homenagem a Saint-Exupéry, que o Baobá ganhou o complemento ‘do Poeta’.
Apesar da importância história e da imponência da árvore, o descaso com a limpeza pública do entorno do Baobá é evidente. Lixo e entulho se acumulam na calçada e, durante à noite, usuários de drogas se escondem atrás do grandioso para consumirem entorpecentes. O Baobá do Poeta fica localizado na Rua São José, em Lagoa Nova, próximo ao cruzamento com a Avenida Alexandrino de Alencar.
Em maio de 2009, o engenheiro francês François d’Agay, sobrinho do escritor e aviador Antoine de Saint-Exúpery, visitou Natal e o “Baobá do Poeta”. Na ocasião, o engenheiro disse que aquela era a primeira vez que conhecia um exemplar da árvore, que tem origem africana.
O Baobá é considerada a árvore símbolo do livro “O Pequeno Príncipe”, de autoria de Saint-Exupéry. No Brasil, existem vinte exemplares da espécie e, segundo a opinião do engenheiro francês, a que está em Natal teria inspirado a célebre obra.
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