Mercado de trabalho no RN tem pior desempenho da década

21 de setembro de 2012

Deu na editoria de Economia da Tribuna do Norte:

A geração de empregos com carteira assinada despencou em agosto deste ano no Rio Grande do Norte, com uma redução de 41,27% no saldo de contratações, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo – que é a diferença entre  o número de contratados e o de demitidos – não passou de 2.699, no período, alcançando o pior desempenho, para o mês, em dez anos.

A indústria têxtil e de vestuário foi uma das que desaceleraram, mas há novas demandas previstas. (Foto: Emanuel Amaral)

Cinco das oito atividades econômicas que compõem o levantamento contrataram mais trabalhadores do que demitiram no estado (as exceções foram o comércio, a administração pública e o setor de serviços industriais de utilidade pública). O ritmo de abertura de vagas nem de longe lembra, porém, o do ano passado.

A indústria de transformação é um dos setores que desaceleraram. O saldo de novas vagas geradas pela atividade caiu 86,68%, passando de 1.952 em agosto do ano passado para 260 no mesmo mês deste ano. No setor de serviços, a redução foi de 77,65%, de 940 para 210. A construção civil foi a única das oito atividades a seguir em direção contrária: avançou em contratações, com um saldo de  714 trabalhadores, contra -58, registrados em 2011.

Fatores como encolhimento da indústria têxtil – com a redução de parte das atividades da Coteminas – e o desaquecimento da produção de álcool e açúcar ajudam a explicar o desempenho da indústria. Na construção, por outro lado, obras residenciais e de infraestrutura têm aberto novas oportunidades para quem busca uma vaga na área.

BRASIL

De forma geral, o ritmo de contratações de trabalhadores tem sido fraco, mas  o Rio Grande do Norte não é o único que anda em marcha lenta. Nacionalmente, a geração de empregos formais caiu quase pela metade, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Tanto os especialistas quanto o governo aguardavam um resultado perto de 186 mil empregos, que é a média para o mês. Mas o número não passou de 100,9 mil.

O tombo de 56,2% ante agosto do ano passado, quando o saldo foi de 230,6 mil já considerando as informações enviadas com atraso pelas empresas, foi uma “surpresa” para o diretor do departamento de Emprego e Salário do MTE, Rodolfo Torelly. “O resultado ficou abaixo do esperado, mas estaria assustado se fosse uma perda de emprego”, comentou. “Não é novidade que o cenário internacional está difícil e crise é perda de emprego, o que não está acontecendo”, acrescentou.

Para o diretor, o saldo de setembro certamente será mais forte. Alguns fatores corroboram essa previsão mais otimista: demanda ainda reprimida, efeito das medidas do governo para reanimar a economia e o histórico que revela meses de setembro como os melhores do ano para o mercado de trabalho, ao lado dos de maio.

As contratações de trabalhadores temporários no comércio, para atender a demanda de final de ano, também deverá ajudar a impulsionar os números até dezembro. Só em Natal, o setor espera abrir 3,5 mil novas vagas, de acordo com estimativas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Natal). Mais de 1 mil dessas vagas serão oferecidas em shoppings.

*Com informações da Agência Estado.

Estudo aponta novas demandas da indústria

São Paulo (ABr) – O ritmo de contratações tem desacelerado na indústria, mas novas oportunidades são previstas até 2015, sobretudo, para trabalhadores qualificados.  O Mapa do Trabalho Industrial 2012, divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Confederação Nacional da Indústria, dá mostras dessa demanda. De acordo com o estudo, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o setor vai precisar de 7,2 milhões de trabalhadores em nível técnico e em áreas de média qualificação nos próximos três anos.

No Rio Grande do Norte, serão necessários 69,9 mil profissionais (confira as ocupações com maior demanda, no quadro acima).

Segundo o estudo, nacionalmente, a demanda maior entre as ocupações que precisam de cursos profissionalizantes com mais de 200 horas é na área de alimentos, com necessidade de 174,6 mil cozinheiros industriais entre 2012 e 2015. Para operação de máquinas de costura de peças de vestuário serão 88,6 mil pessoas e para a operação de máquinas pesadas para a construção civil serão 81,7 mil trabalhadores.

Entre as ocupações de nível técnico, a demanda é 88,7 mil técnicos de controle de produção, seguido de técnicos de eletrônica, com 39,9 mil, e técnicos de eletrotécnica, com 27,9 mil.

A necessidade de mão de obra qualificada está mais concentrada na Região Sudeste, que precisa de 4,13 milhões de profissionais (57,6%), seguida pelo Sul com 1,5 milhão (20,9%), Nordeste com 854,5 mil (11,9%), Centro-Oeste com 383,5 mil (5,5%) e Norte com 294,8 mil (4,1%).

De acordo com o diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Rafael Lucchesi, os dados indicam que a educação profissional é um caminho positivo para os jovens por propiciar mais oportunidades. “Isso é extremamente importante para o projeto de vida da juventude e das famílias brasileiras, mas é importante para a competitividade da indústria brasileira e do país gerando mais desenvolvimento econômico e riqueza”.

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