No Dia Mundial do Vento, o RN comemora

15 de junho de 2012

Hoje é Dia Mundial do Vento (“Global Wind Day”) e temos muito o que comemorar. A ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica – representada pelo CERNE no Rio Grande do Norte, em parceria com o Ministério das Comunicações e os Correios, lançam HOJE (15/06), um selo comemorativo em homenagem à energia eólica. A homenagem é reflexo do crescimento e da consolidação da energia eólica no Brasil, como alternativa limpa e renovável, de geração de energia. A data escolhida também marca o Dia Global do Vento (Global Wind Day), celebrada mundialmente.

A homenagem é reflexo do crescimento e da consolidação da energia eólica no Brasil. (Foto: cerne.org.br)

Em Natal, o lançamento se dará em auditório particular situado à Rua Paulo Lyra, 3430, no bairro de Candelária, às 15h.

Algumas informações sobre o setor no mundo, no Brasil e no RN:

1. No mundo, em 2011, atingimos 238 GW de capacidade de geração eólica instalada. A China ultrapassou todos os demais países pioneiros, e conta hoje 62,7GW (26%). Os EUA seguem incrementando seus parques, tendo chegado aos 47GW instalados (20% do total mundial). Alemanha em terceiro conta com 29GW (12%) e Espanha em quarto, com 21.7GW (9%) completam o quadro dos grandes líderes atuais. Seguem-se: India (16GW), França (6.8GW), Itália (6.7GW), Reino Unido (6.5GW), Canadá (5.2GW) e Portugal (4GW). O Brasil, hoje em vigésimo neste ranking, saltará para o décimo lugar mundial já em 2013, pois instalará mais de 3GW no período que, somados aos atuais 1,5GW já instalados, projetarão o país à frente de Portugal.

2.  Tirando regiões inóspitas como a Antártida, os Andes, a Abissínia, a Patagônia e o Himalaia, o Nordeste Setentrional brasileiro situa-se ao lado das melhores áreas do centro-norte da America do Norte, Europa Setentrional e interior da China quanto ao potencial eólico próximo a áreas de consumo energético.  As maiores velocidades medias anuais de vento são encontradas nos litorais do RN e do CE, onde a combinação das brisas marinhas diurnas com os ventos alísios de leste-sudeste resulta em ventos médios anuais entre 6m/s e 9m/s.

3. Além disso, como a velocidade dos nossos ventos costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar usinas eólicas em regime complementar ao das usinas hidrelétricas nacionais, de forma a preservar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas. Esta operação permite ao País, portanto, “estocar energia” e regularizar a oferta nacional.

4. Graças ao seu inédito sistema de leilões reversos (onde o menor preço ganha), o Brasil agora é onde se pratica o preço de energia eólica mais competitivo do mundo. Cerca de U$60/MWh, algo inimaginável até três anos atrás. Países pioneiros neste tipo de geração renovável como a Dinamarca, o Canadá, a Alemanha, os EUA e a Espanha ainda rondam os U$120 a U$160/MWh. Por isso, todos os olhos desta indústria no mundo estão hoje voltados para o Brasil.

5. Dentro deste contexto nacional, o Rio Grande do Norte se destaca como dono do maior acervo de novos parques em construção, somando mais de 3.000 MW de potencia a ser instalada entre 2011 e 2015. Praticamente todo este conjunto de obras resultou dos leilões federais e da atuação proativa do RN, que soube se antecipar ao processo e preparar o ambiente operacional local para recepcionar eficientemente os investidores interessados e seus projetos através de um trabalho específico que envolveu ações concretas de: • racionalização dos procedimentos de interação com o setor; • organização da informação setorial; • conquistas regulatórias; • mobilização de agentes econômicos, e • integração dos órgãos governamentais envolvidos com tais empreendimentos.

6. O resultado foi que o Rio Grande do Norte ganhou destaque nacional e internacional ao conquistar o primeiro lugar nacional em novos projetos eólicos licitados nos três primeiros leilões federais envolvendo esta fonte renovável de energia realizados no Brasil.  O RN também foi pioneiro ao realizar, em 2009, o primeiro contrato de energia eólica no mercado livre (empresa a empresa) da história do Brasil. Além disso, tivemos como marco importante o aprimoramento e expansão do CTGás-ER para abranger as fontes renováveis em caráter de centro de excelência nacional para o setor, com sede em Natal-RN para atividades em todo o País.

7. Considerando um fator de carga médio aceitável, da ordem de 45% para os projetos eólicos e mais as capacidade de geração de energia aportadas pela Termoaçu e pelas térmicas emergenciais de Macaíba e ainda a UTE de biomassa de Baía Formosa, e adicionando alguns projetos que certamente serão gerados no mercado livre e nos leilões dos próximos dois anos, é possível estimar que, em 2014 (ano da Copa), o RN será capaz de gerar energia suficiente para abastecer uma cidade como o Rio de Janeiro, sendo mais de dois terços a partir de fontes renováveis.

8. Em 7 anos (2003-2010), um estado que era importado absoluto de energia (produtor de ZERO megawatts), passou a ser auto-suficiente e exportador de energia – em sua maior parte energia limpa, de fonte renovável, a partir das seguintes conquistas: • Rio do Fogo/Iberdrola (49.3MW) • + Macau/Petrobras (1,8MW) • + Alegria/Guamaré (51MW) • + Leilão de 2009 (somatório: 657MW) • + Contrato Mercado Livre 2009 (218MW) • + Leilões de 2010 (somatório: 1.064MW)  = aprox 2.000 MW.  Auto-suficiência (capacidade de produzir sua energia consumida) com autonomia de fontes (fontes localizadas ou produzidas no próprio RN: gás, petróleo/diesel, vento e biomassa).

9. Contabilizando o leilão 2011 e as estimativas de capacidade a serem contratadas em leilões 2012 e 2013, poderemos chegar a 2014 (ano da Copa) com 4.000 MW de capacidade contratada (incluindo a instalada). Isso colocará o RN, como estado, no mesmo patamar dos números de hoje da Dinamarca – país pioneiro da energia eólica no mundo.

10. No que diz respeito aos investimentos e seus efeitos na economia do Estado, é licito estimar uma média de 4,5 milhões de reais para cada MW instalado, ou seja, apenas em eólicas novas, o Estado deverá provocar investimentos da ordem de 10 bilhões de reais, sendo um terço disso apenas em obras civis e montagens (ou seja, forçosamente aplicados nas áreas de construção dos parques).

11. No quesito geração de emprego, a regra de estimativa indica cerca de 10 empregos diretos e 15 indiretos gerados para cada MW na fase de construção e 3 diretos e indiretos na fase de operação. Isso permite concluir que as obras de construção que se desenvolverão no Estado poderão vir a gerar até 30.000 empregos diretos e indiretos a depender de sabermos recrutar, capacitar e empregar o máximo de potiguares e utilizar o máximo de fornecedores locais possível. Igualmente, no estágio de consolidação desta indústria, a partir da entrada em operação dos parques, deveremos ter canais de aproveitamento e transferência não-traumática desta mão-de-obra qualificada para novos ciclos industriais ou produtivos.

12. Estamos agora na fase crítica da construção de todos estes novos parques eólicos (2010-2015). Por isso, é  essencial um trabalho integrado entre empreendedores, fornecedores e governos para minimizar os impactos e traumas inevitavelmente causados pelas obras. Isso implica no planejamento de infra-estrutura de acesso, gestão logística adequada, e bom relacionamento com as comunidades e com o governo federal. Trabalhando estes fatores integrada e efetivamente temos a certeza que estaremos construindo, de fato, a indústria dos ventos.

SOBRE O SELO:

Com tiragem de 300.000 exemplares, o novo selo de energia eólica, idealizado pela artista Adriana Shibata, traz, ao fundo, uma representação estilizada de Éolo, deus dos ventos na mitologia grega, cujo sopro movimenta os diversos aerogeradores posicionados em um campo verde, representando o meio ambiente preservado. No canto superior direito, como parte do céu, está posicionada a logomarca do Mercosul.

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