A Roupa Nova do Imperador é um conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Christian Andersen, e foi inicialmente publicado em 1837, mas que bem se aplica aos dias atuais no Brasil.
Diz o conto que um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.
O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança: “O rei está nu!”. O grito é absorvido por todos, o rei se encolhe, suspeitando que a afirmação é verdadeira, mas se mantém orgulhosamente e continua a procissão.
No caso específico o rei é o presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), que ficou literalmente nu após as delações premiadas do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, de que ele, Temer, fez pressão por uma doação de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Disse que encontrou o então vice numa sala reservada da Base Aérea de Brasília em setembro de 2012 para tratar do assunto, onde entrou com um carro alugado da Localiza. Michel Temer nega, óbviamente.
O delator também disse que Temer assumiu a presidência do PMDB para controlar a destinação de recursos doados a políticos do partido para campanhas eleitorais.
Outra:
Após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro como beneficiário de propina, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo na tarde desta quinta-feira (16), informou a assessoria do Palácio do Planalto.
Em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-presidente da Transpetro afirmou que repassou a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Henrique, aliás, já é o terceiro ministro do governo interino a ter o nome citado em delações premiadas por envolvidos na Lava Jato. O primeiro foi Romeo Jucá (PMDB-RR), que também entregou o cargo. Depois foi Fabiano Silveira (Transparência).
Como se observa, o rei além de está nu a sua Corte também está sendo desnudada.
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