Um dos fundadores nacionais do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), uma dissidência da ala radical do PT liderada pela ex-senadora Heloisa Helena, o professor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Robério Paulino Rodrigues, será candidato a prefeito de Natal nas eleições deste ano com uma proposta provocativa: inverter a lógica de governar e quebrar o que está estabelecido. “Se nós chegarmos ao executivo municipal, nós vamos inverter completamente essa lógica de governar, totalmente diferente dessas oligarquias. A nossa proposta é de quebrar o que está estabelecido”, diz, em entrevista a O Jornal de Hoje.
“Natal está vivendo um colapso, uma precariedade nos seus serviços públicos. E isso é responsabilidade não só da gestão atual, mas das anteriores a esta. Há um acúmulo no déficit de saneamento, frota de ônibus defasada. Na saúde o processo de privatização levou ao esvaziamento dos postos de saúde municipais, o modelo de mobilidade urbana está equivocado”, diagnostica Robério.
A primeira coisa que fará quando chegar ao executivo municipal será convocar um congresso com mil ou dois mil delegados em assembleias eleitas em todas as regiões da cidade, para discutir um plano de prioridades dos próximos 15, 20 ou 30 anos. “Vamos dar uma atenção especial ao orçamento. Vamos transferir o poder de decisão sobre o que tem que se fazer na cidade para a própria população. Não vamos fazer apenas o orçamento participativo, queremos que a população decida o quer fazer”.
Ele afirma que um novo pensamento está surgindo nas universidades, nos meios liberais, entre professores, estudantes e a juventude, onde fervilhariam propostas e planos muito bons para Natal. Aqui ele destila críticas contundentes contra a elite política do estado, que funcionaria como um ferrolho, impedindo que as ideias desenvolvimentistas de Natal consolidem-se em realidade. “Estão engavetados, há acúmulo de inteligência para a cidade, versando melhoria da qualidade de vida, aumento de renda, tudo travado pelo domínio de uma elite política medíocre, que reproduz a partir dos velhos partidos conservadores”.
Ao falar em “inverter a lógica”, o professor Robério Paulino, pré-candidato do PSOL a prefeito de Natal, quer, na verdade, provocar este debate: “Lamentavelmente, nossa elite é uma elite que está com a cabeça na Colônia, na época colonial, de tratar o Estado como feudo político, como curral, onde dominam os velhos coronéis da colônia brasileira”.
Considerado um partido nanico, e Robério Paulino um ilustre desconhecido da cidade, como chegar ao Palácio Felipe Camarão, quando existem nomes bem à frente nas pesquisas de intenção de voto? “Em primeiro lugar a campanha não começou. Em segundo, quem está na frente nas pesquisas tem maior expectativa de votos apenas entre os que se definiram, ou 40% do eleitorado da cidade”, afirmou. “Há uma campanha a ser feita”, promete por ora.
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