Deu no caderno Viver da Tribuna do Norte:
A Casa Talento passa por uma nova crise. Apesar de ser um projeto consolidado de formação e inclusão social através da música, está às vias de parar e carece de parceiros que viabilizem financeiramente seu segundo semestre de aulas. As atividades de ensino estão em recesso, e o rumo da situação será discutido de forma prática na segunda quinzena de agosto. Atualmente, a Casa mantém um contingente de 300 jovens, dos sete aos 20 anos de idade, ligados em suas atividades. Todos são estudantes da rede pública de ensino.
Sem o apoio necessário, a Casa Talento não consegue manter suas aulas gratuitas. “Desde que paramos, estamos ouvindo o lamento das mães constantemente. Os alunos sentem falta”, diz Marconde Lima, diretor da Casa. Desde que foi criado, há 12 anos, o projeto se manteve através das leis de incentivo; primeiramente com a Lei Câmara Cascudo, seguidas pelas leis Rouanet e Djalma Maranhão. Recentemente foi contemplado pelo Programa de Cultura Banco do Nordeste/BNDES, mas voltado para a manutenção física do espaço.
A Casa Talento oferece gratuitamente aos seus alunos aulas práticas e teóricas, empréstimo dos instrumentos, fardamento e material didático. Segundo Marconde, a realização do segundo semestre depende da quantia aproximada de R$16 mil. Ele afirma que foi ampliado o leque de possibilidades para apoiar o projeto, podendo ser incorporado o patrocínio de parceiros institucionais, e mesmo doações diretas à conta no Banco do Brasil. “Hoje em há a conscientização de que as empresas devem se envolver mais com o social. Contamos com isso. Investir na educação é essencial”, ressalta, sobre a importância das parcerias.
O diretor da Casa Talento ressalta a importância das realizações já feitas pelo projeto. Segundo ele, há foram mais de seis mil jovens beneficiados com educação musical, inclusão social, geração de emprego e renda. O exemplo se espalhou e inspirou a criação de outras iniciativas semelhantes em Macaíba, Ceará-Mirim e Guamaré. Houve escala em Fortaleza, onde os potiguares levaram seu exemplo.
Para angariar recursos próprios, a Casa mantém a sua Orquestra Talento – com cerca de 25 integrantes – que podem ser contratados para eventos diversos. Também conserva aulas particulares a interessados que possam pagar, e para alunos que farão o vestibular para o curso de Música. A Casa Talento tem dez salas de aula, espaço para ensaios, secretaria, direção, e instrumentoteca.
A fundadora da Casa, a maestrina Márcia Pires, foi responsável por trazer a Natal o método de ensino Suzuki, transmitido até hoje aos seus alunos. O método é baseado na “perícia e compreensão” do ouvido, “estimulando a rápida apreensão da melodia, raciocínio lógico, sociabilidade, entre outros benefícios”, conforme Marconde Lima. Ele ressalta que muitos alunos foram facilmente inseridos no mercado de trabalho, se tornando professores, e músicos de orquestras e bandas.
Serviço: Casa Talento. Informações pelo 8809-9498.
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