Notícia publicada no caderno Economia da Tribuna do Norte:
Altos níveis de endividamento e inadimplência associados a restrições no crédito têm levado o consumidor a comprar menos e, por consequência, têm colocado um freio no crescimento do comércio varejista ampliado, que engloba as vendas de veículos e materiais de construção, no Rio Grande do Norte e no país. A constatação é do economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/RN), Aldemir Freire, com base nos resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo órgão.
A pesquisa indica que mesmo com incentivos do governo federal, as vendas do varejo ampliado crescem menos que as do varejo restrito. “E isso não é natural”, afirma Aldemir Freire. De acordo com os dados, enquanto as vendas do varejo restrito (que não engloba veículos e materiais de construção) cresceram 10,2% em setembro no RN, o crescimento do varejo ampliado não chegou a 6%, em relação ao mesmo período de 2011. No Brasil, não foi diferente.
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estadeo (Fecomercio RN), Marcelo Queiroz, a pesquisa mostra retração nas vendas no varejo ampliado de quase 4%, refletindo a saturação das vendas nos setores de material de construção e veículos. “Mesmo com os incentivos fiscais recentes, os dois setores começam a não registrar crescimento”, diz. A saturação explicaria o incremento abaixo do esperado. “Esperávamos uma alta maior. Mas sabíamos também que agora em setembro, o patamar de 11,5% de aumento registrado em agosto dificilmente se repetiria. Em agosto, além da euforia, com sucessivos recordes de vendas de automóveis, por exemplo, tivemos o Dia dos Pais e já o início da Liquida Natal. Em setembro, não houve nenhuma data forte a não ser a continuidade da Liquida Natal”, diz Queiroz.
A possibilidade de o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – que permanece reduzido até o final de dezembro – voltar ao normal para o setor também provocou uma antecipação da compra em agosto, reduzindo as vendas em setembro, ressalta Aldemir Freire, do IBGE. Há alguns meses, era o varejo ampliado que crescia mais. A situação, segundo ele, se inverteu com a adoção de medidas de restrição de crédito em 2011. Apesar da tendência de alta, a taxa de crescimento no RN, diz Freire, deve fechar o ano ‘um pouco abaixo da nacional.
A expectativa, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), é fechar o ano com um crescimento de 8% a 10% nas vendas do varejo como um todo. O presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, também aposta em um crescimento de vendas próximo dos 10%. Amauri Fonseca, presidente da CDL, acredita que os números de 2013 serão melhores em virtude dos investimentos que aceleram com a proximidade da Copa de 2014.
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