Notícia publicada no caderno de Economia da Tribuna do Norte:
O Rio Grande do Norte fechou o primeiro bimestre do ano com 5,9 mil automóveis, vãs e furgões emplacados. O número, 13,5% superior ao vendido no mesmo período de 2012, pode ser potencializado com a prorrogação do IPI reduzido para veículos novos até o final de 2013. A medida foi anunciada no último sábado pelo governo federal. O imposto, que incide sobre produtos industrializados, começaria a subir ontem, dia 1º de abril, e voltaria ao patamar original em junho deste ano.
Para as concessionárias, o incentivo pode potencializar as vendas, mas ainda é cedo pra fazer projeções. Apesar da incerteza, o clima é de otimismo.
Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o RN fechou o ano de 2012 como o segundo estado com maior crescimento nas vendas de automóveis e comerciais leves no país (+15,8%).
O crescimento chegou a ser 15 vezes maior, em termos percentuais, do que o registrado no estado de São Paulo (+1,03%), e só ficou atrás do Piauí (16,8%). A Fenabrave divulgou ontem o total emplacado no país entre janeiro e março. O balanço local será divulgado nos próximos dias. A expectativa é que as vendas no país subam 3% no ano.
Carlos Zonta, gerente de uma concessionária Fiat em Natal, acredita que a prorrogação do IPI evitará queda nas vendas. O número de veículos comercializados pela concessionária que ele gerencia foi 45% maior que o comercializado em 2011 – desempenho que Zonta não sabe se repetirá mesmo com o empurrãozinho da prorrogação do IPI reduzido. O que deve ocorrer é uma melhor distribuição das vendas ao longo do ano. No ano passado, as vendas foram mais concentradas, afirma.
Para Diogo Batista, gerente de uma concessionária Renault, a volta, mesmo que gradual, do IPI, poderia se refletir em retração do mercado de automóveis. Ele defende a adoção de medidas mais enérgicas para manter as vendas em alta como a isenção total do IPI e diz que agora é esperar para ver.
Otimismo
Fábio Patriota, gerente comercial de uma concessionária Chevrolet, diz que não tem como não ficar otimista diante da prorrogação. A concessionária gerenciada por ele vendeu 20% mais veículos entre janeiro e março desde ano e espera fechar o ano com um crescimento em torno de de 7%.
Segundo as concessionárias, o grande beneficiado com a prorrogação é o consumidor final. Com a volta do IPI a partir de 2014 – alguns modelos poderiam ficar até R$ 1,5 mil mais caros.
Como a alíquota será mantida, o preço final dos veículos não deverá ser alterado. A variação dos preços, afirmam as concessionárias locais, dependerá das montadoras. Tem gente que aproveita para aumentar o preço. Tem gente que aproveita para fazer promoção, afirma Fábio Patriota.
A reportagem tentou contato com o representante da Fenabrave RN, Rodrigo Cândido, mas ele não atendeu as ligações. O presidente da Fenabrave nacional, Flávio Meneghetti, afirmou que é preciso esperar um pouco mais para saber como as vendas se comportarão.
Mercado nacional também está aquecido
São Paulo (AE) – As vendas de autos e comerciais leves somaram 268.359 unidades em março, no país, representando queda de 5,53% ante as 284.079 unidades emplacadas em igual mês do ano passado e alta de 20,62% em relação ao total de 222.487 veículos de fevereiro, informou ontem a Fenabrave.
No acumulado de 2013 até março, foram comercializadas 787.678 unidades de automóveis e comerciais leves, com alta de 1,96% na comparação com o acumulado de janeiro a março de 2012, quando haviam sido emplacados 772.538 veículos.
Para o presidente da Federação, Flávio Meneghetti, abril e maio sinalizarão como vai se comportar o mercado de veículos em 2013. Abril e maio serão dois meses chave para mostrar como vai ser o ano, declarou. Diante dessa perspectiva, a previsão para o ano segue sem mudança, de crescimento de 2,7% a 3% para automóveis e comerciais leves. Ainda é cedo para mexer nas projeções.
A declaração de Meneghetti ocorreu após o governo publicar no Diário Oficial da União de ontem o decreto que prorroga até 31 de dezembro a redução do IPI de automóveis e caminhões. O novo prazo de vigência do benefício foi anunciado pelo Ministério da Fazenda na noite de sábado (30).
Meneghetti disse que, sem a medida, o mercado de veículos certamente seria menor este ano. Os estoques de janeiro até agora estavam subindo, estamos com cerca de 40 dias de estoque. Isso mostra que o mercado não está absorvendo a produção.
Para o presidente da Fenabrave, o primeiro trimestre deste ano não encantou ninguém e janeiro foi muito bom porque ainda havia em estoque veículos com a isenção do IPI. Fevereiro, segundo ele, foi ruim, à medida que os estoques foram se renovando com a chegada da alíquota, além de ser um mês curto, com poucos dias úteis por causa do carnaval. E março foi parecido com fevereiro.
Clique aqui para ver a publicação original
© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados
O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.