Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Discurso de alguns deputados contra a corrupção é só pra inglês ver

9 de setembro de 2015

A julgar pelo texto do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), relator do projeto de reforma política, aprovado nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados, restabelecendo a doação de empresas a partidos e excluindo restrições à contratação de pesquisas de intenção de voto por veículos de comunicação, alterações estas feitas no Senado, após a Câmara ter feito a primeira votação, há de se dizer que o discurso de alguns nobres deputados contra a corrupção é só pra inglês ver.

Aliás, sobre financiamento privado de campanha política o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), em entrevista ao blogdobarbosa, colocou muito bem do que se trata.

– A rigor não existe financiamento privado. De modo geral, as empresas fazem um”empréstimo” durante o processo eleitoral. Depois, são ressarcidas com juros e correções, através dos mais variados mecanismos ilegais.

Perfeita a conclusão de Mineiro, que disse ainda que “apenas o processo de amadurecimento político da sociedade e o desenvolvimento de mecanismo de controle social da máquina pública possibilitará combater a corrupção com eficácia”.

Voltando ao relator do projeto de reforma política, deputado Rodrigo Maia, ele elaborou um novo texto, resgatando grande parte da redação aprovada pela Câmara e mantendo somente pequenas modificações feitas pelos senadores. Pelo texto do relator, será permitido o financiamento empresarial a partidos políticos, limitado a R$ 20 milhões por empresa – o Senado havia proibido qualquer doação de empresa. Também foram derrubadas restrições impostas pelos senadores a pesquisas eleitorais.

O relatório de Rodrigo Maia, aprovado pelos deputados, também retira um trecho aprovado pelos senadores que visava reforçar a Lei da Ficha Limpa, ao exigir que os políticos comprovassem, no momento do registro de candidatura, que não possuem condenações por improbidade administrativa. Com a exclusão desse artigo, fica mantida a regra atual, pela qual só é exigida a apresentação de certidão que comprove ausência de condenação criminal.

Conclusão: pelo texto do oposicionista Rodrigo Maia, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Ou seja, as empresas vão continuar fazendo um “empréstimo” aos políticos em suas campanhas, sendo depois “ressarcidas com juros e correções, como bem disse o petista Fernando Mineiro.

E mais:

Políticos fichas sujas vão continuar podendo se candidatar.

Isso é o meu Brasil varonil. E os incautos ainda acreditam nos oposicionistas que se consideram verdadeiros paladinos da moralidade.

Parem o Planeta que quero descer!

Foto reproduzida da internet

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