Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Aos incautos de plantão

10 de janeiro de 2016

Publiquei no blogdobarbosa um artigo bastante pertinente assinado por Pedro Valls Feu Rosa, colunista do site Congresso em Foco sob o sugestivo título “Saúde para inglês ver”. Nele, Feu Rosa relata que lendo outro dia o jornal “Mail Online”, lá do Reino Unido, encontrou uma longa e contundente reportagem sobre o suplício imposto aos pacientes dos hospitais daquele país.

– Começo pela chamada de capa: “Estado chocante da saúde: meio milhão de pacientes foram forçados a aguardar 30 minutos em macas até serem admitidos”. Estas macas, segundo constatou a reportagem, ficaram nas ambulâncias ou até mesmo pelos corredores, diz o colunista do Congresso em Foco.

E mais:

– Seria este quadro algo restrito às áreas mais pobres do país? Não: “Em Londres, uma das áreas mais afetadas, o serviço de ambulâncias revelou que 42.248 pacientes esperaram do lado de fora dos hospitais por mais de 30 minutos durante o ano de 2011, e 10.053 tiveram que aguardar mais de 45 minutos”.

Em seguida o jornal denuncia o caso de Reg Storer, um ancião conduzido ao setor de emergências de um hospital público: “Um idoso foi deixado em uma ambulância ao longo de três horas porque a equipe médica estava muito ocupada para dar-lhe tratamento. Reg Storer foi levado ao Hospital Morriston por conta de complicações seguidas a um derrame. Lá, porém, os médicos não puderam conduzir Mr. Storer para dentro porque não havia leitos disponíveis e nem espaço nos corredores para as macas.

Pois muito bem, caro leitor: como se observa o problema da saúde pública não está restrita apenas ao Brasil, trata-se de um problema mundial, como bem observa Pedro Valls Feu Rosa após ler uma reportagem do jornal britânico “Mail Online”.

Por estas terras de Poty, por exemplo, alguns incautos insistem em criticar a gestão da saúde pública. Esquecem que este é um problema mundial. A população do Planeta cresceu e as redes públicas em todo o mundo não acompanharam este crescimento populacional. Até nos Estados Unidos, onde a saúde lá é privatizada – não tem rede pública – o problema se apresenta.

No Rio Grande do Norte, por exemplo, ainda bem que temos um gestor comprometido com a saúde pública, Dr. Ricardo Lagreca. Ainda no último dia 6 – feriado de Santos Reis em Natal – o maior hospital público do estado, o Walfredo Gurgel, entrou em colapso devido a suspensão do serviço de hemodiálise por parte da empresa SOS Diálise. Motivo: atraso no pagamento. De imediato, Lagreca tratou de mobilizar sua equipe transferindo três doentes renais para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), para que o problema não sofresse solução de continuidade.

Não só isso. Na noite do mesmo dia a empresa voltou a prestar o serviço graças a condução do problema realizada pelo secretário de forma amigável. Ricardo Lagreca comunicou ao governador Robinson Faria a necessidade de pagar cerca de R$ 306 mil a SOS Diálise referente a outubro, o que foi assumido e no dia seguinte o dinheiro foi creditado na conta da empresa.

Cito isso a título de exemplo de um gestor comprometido com a saúde pública. Se não faz mais é porque os recursos são parcos. Em todo caso, os incautos de plantão só sabem criticar. Ainda bem que existem jornais como o “Mail Online” para mostrar que até no primeiro mundo os problemas da saúde são parecidos com os do Brasil.

Tenho dito!

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