Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

RN – Programa contempla pacientes com problemas cardíacos

24 de agosto de 2012

Deu no caderno de Cidades do Novo Jornal:

EM MEIO À crise que afeta a rede pública de saúde, setor para o qual foi decretado estado de calamidade pública, um projeto vem dando resposta positiva aos usuários. Desde que foi implantado em setembro de 2010, o Programa de Telemedicina da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) já contemplou mais de 130 mil pacientes com a realização de exames de cardiologia em todos os municípios do Rio Grande do Norte.

Foto: Magnus Nascimento.

O programa busca suprir uma deficiência encontrada em muitas cidades do interior: a falta de especialistas em doenças cardíacas nos hospitais. O objetivo, portanto, é atender a população com exames como o eletrocardiograma, antes indisponíveis devido à falta dos médicos.

De acordo com Carlos Eduardo Costa, coordenador do programa, até agora o banco de dados contabiliza aproximadamente 160 mil exames e 280 mil diagnósticos realizados em 238 unidades de saúde espalhadas pelos 167 municípios potiguares. Só no mês passado foram realizados 10,719 exames e 17.758 diagnósticos.

Mensalmente, o investimento no programa é de R$ 2,8 milhões, recursos provenientes do Ministério da Saúde. À administração estadual e às prefeituras cabem organizar os hospitais e providenciar a logística. Carlos Eduardo diz que a pretenção é ampliar o programa, considerado modelo, por ser um dos mais bem sucedidos do país.

O programa funciona mais ou menos assim: o paciente chega à unidade de saúde, tem seus dados cardíacos coletados como num procedimento normal de eletrocardiograma, inclusive com toda a parafernalha de i os e ventosas tradicionais, presas num aparelho portátil chamado eletrocardiógrafo. Após a conclusão do exame, o equipamento manda o sinal com os resultados, transmitindo via telefonia fixa, móvel ou internet. É só discar o número já definido da central e aproximar o cardiógrafo do telefone e esperar o resultado.

Na central, em Uberlândia (MG), um cadiologista analisa o exame, faz o diagnóstico e o envia de volta.  Tudo em no máximo 15 minutos, dependendo da situação. Em casos de urgência, o tempo cai para cinco minutos de espera até o resultado chegar de volta ao Rio Grande do Norte. Segundo o coordenador do programa, essa é a grande vantagem da telemedicina.

“Um diagnóstico precoce proporciona ao paciente um ganho imensurável. Com isso, conseguimos que essa pessoa retorne pra casa mais rápido, evitamos tranferi-la aleatoriamente para um grande centro e ainda há uma redução de custos para o Estado e pra ela mesma”, disse o coordenador. Após saber o problema do qual padece, o paciente é encaminhado para hospitais especializados em alta complexidade, nos dois grandes centros do estado, Natal ou Mossoró, dependendo da região em que mora.

“O casamento da tecnologia com a realização de serviços possibilita a assistência à população. Não querendo substituir o médico especialista porque ele é fundamental, mas o cardiologista virtual veio para atender as localidades isoladas e pretendemos ampliar cada vez mais. Estamos pensando na ampliação da Telemedicina e passar para um total de 300 aparelhos no estado”, afirmou  Carlos Eduardo Costa.

GISELDA TRIGUEIRO

No Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, a demanda na área cardiológica não é grande porque a especialidade da unidade é infectologia. Mesmo assim, a enfermeira chefe do pronto socorro, Keila Marise, diz que o eletrocardiógrafo da Telemedicina vem dando grande suporte no atendimento. “A demanda nas cardiopatias não é tão grande como em outros hospitais gerais, mas tem sido útil aqui na resposta mais rápida que temos quando precisamos de um diagnóstico”, destacou.

O hospital possui um cardiologista que fica de sobreaviso, já que pelo sistema da telemedicina o serviço não fica tão dependente desse profissional. Keila ressalta a praticidade de poder levar o equipamento para todos os setores do Giselda. “O interessante é que o aparelho pode se deslocar pelo hospital inteiro, de acordo com nossa necessidade”, frisou.

No Giselda Trigueiro são, de acordo com Keila Marise, são realizados 15 atendimentos mensais, em média, utilizando-se essa tecnologia. É um procedimento normal para o paciente, como num exame tradicional. Durante a presença da reportagem no hospital, uma paciente, não identificada, usou o cardiógrafo e disse não ter diferença com o antigo eletrocardiograma.

PARNAMIRIM JÁ CONTA COM CINCO UNIDADES DO PROGRAMA

Em Parnamirim, cinco unidades de saúde possuem um equipamento de telemedicina. Nos bairros de Nova Parnamirim, Passagem de Areia, Santa Tereza e Boa Esperança há aparelhos em suas respectivas unidades de saúde.

A Maternidade Divino Amor também é contemplada pelo programa.“Temos já instalados cinco equipamentos interligados à central lá em Minas Gerais. Em média são realizados 30 atendimentos mensais por unidade de saúde”, disse o secretário adjunto de Saúde de Parnamirim, Henrique Eduardo Costa.

De acordo com ele, é perceptível a melhora no atendimento desde que a cidade entrou na telemedicina, há cerca de uma ano e meio. “Fechando o diagnóstico com a rapidez que encontramos na telemedicina, toda a equipe daqui faz o procedimento melhor, tomando as medidas cabíveis quanto ao atendimento. A telemedicina salvas vidas”, comentou.

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