Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Agripino, a pensão vitalícia e a crise econômica

24 de setembro de 2015

O senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, que tanto critica a política econômica do governo Dilma, e os programas sociais dos governos petistas como o bolsa-família, por exemplo, deveria fazer um gesto de grandeza diante da crise que o Rio Grande do Norte enfrenta, seu estado natal, e abdicar da gorda pensão vitalícia de R$ 30 mil que recebe desde 1986, quando deixou de ser governador. De lá para cá, o montante que Agripino Maia embolsou chega a mais de R$ 5 milhões.

Aliás, não faz tanto tempo assim, Agripino Maia concedeu uma entrevista no jornal Tribuna do Norte, onde deixou claro que o governador Robinson Faria deveria, no seu entendimento, demitir servidores como “preparação do Estado para retomar investimentos”.

Ora, bolas, por que é então que o nobre senador não abre mão agora dos R$ 30 mil da pensão vitalícia a que tem direito, mais conhecida nos meios políticos como “bolsa-ditadura, pois que foi criado em 1974, ou seja, no período dos governos militares?

Não se trata de ser uma coisa inconstitucional, mas que é imoral, ah, isso é, senador. O cidadão brasileiro comum trabalha durante 35 anos, pelo menos, e contribui todos os meses para a Previdência Social a fim de garantir uma aposentadoria de, no máximo, R$ 3,2 mil. Enquanto isso, alguns políticos trabalham menos tempo e, sem contribuição previdenciária, recebem pensão vitalícia. Essas aposentadorias, equivalentes ao salário de um desembargador, custam milhões por ano aos cofres públicos, caso do nosso “Nobre Parlamentar”.

Sugiro ao nobre senador, repito, esse ato de grandeza, ou seja, deixar de lado essa gorda pensão em benefício da Previdência do Estado. Isso teria grande repercussão, pois que um senador da República estaria contribuindo com um gesto nobre para amenizar a crise que a cambaleante economia do Rio Grande do Norte atravessa.

Aliás, o pagamento das pensões está sendo questionado na Justiça, mas não há nenhuma decisão judicial, até o momento, que determine seu cancelamento. Portanto, o Estado continua obrigado a pagá-las, em face do princípio da legalidade.

Seja nobre, senador, e abdique de uma pensão que não precisa. A previdência estadual agradeceria.

A conferir!

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