Querido Focinho

Neli Terra é jornalista dos setores jurídico e energético (renováveis, O&G), apresentadora e diretora de TV, mãe, madrasta, esposa, filha, irmã. Gaúcha. Movida por desafios.Andarilha por natureza. Apaixonada pelos animais, sonha com um mundo onde todos convivam com respeito e harmonia.

Bira Rocha: Sinal Vermelho

5 de março de 2012

Faz dez anos que os governos do Rio Grande do Norte deixaram de trabalhar em torno de projetos econômicos estruturantes, baseados nas vantagens comparativas do estado.

A primeira consequência dessa falta de atitude recaiu sobre o PIB. O RN, que crescia acima da média nordestina e, às vezes, chegava a liderar o crescimento entre os estados do Nordeste, perdeu, há muito, essa posição.

Agora, um excelente trabalho de análise da evolução do mercado de trabalho formal realizado pelo Sebrae/RN, que está de parabéns pela iniciativa, aponta outro dano provocado pela inépcia dos governos.

O RN, que em 2002 estava no G-4 nordestino da geração de empregos, perdendo apenas para Pernambuco, Bahia e Ceará, em 2011 superou apenas o Piauí. Viramos vice-lanterninha.

No período analisado pelo estudo do Sebrae passou-se a priorizar, no estado, políticas públicas imediatistas, voltadas para as próximas eleições e não para as próximas gerações.

O pior, é que tudo foi mostrado à sociedade, na forma de propaganda enganosa, com altos gastos de dinheiro em publicidade, na criação de um RN virtual, com fins eleitorais. É preciso corrigir isso com urgência. A tarefa, porém, está cada vez mais difícil, pois o Brasil todo está sofrendo um processo de desindustrialização.

O melhor exemplo dessa situação está acontecendo aqui, com o fechamento da fábrica da Coteminas em São Gonçalo do Amarante. Ninguém pode seguir produzindo acumulando prejuízos.

O fenômeno da desindustrialização começou quando o Brasil reconheceu a China na Organização Mundial do Comércio. Para enfrentar a concorrência chinesa, o país teria que ter promovido as reformas tributária e trabalhista, além de realizar um eficiente ajuste fiscal para poder reduzir os juros e equilibrar o câmbio.

Portanto, é bom saber que a perda de competitividade vai continuar ocorrendo, principalmente em estados como o RN, que apóiam programas como o RN-Import. Apesar de subscrito até por entidades empresariais do estado, espero que esse projeto não seja implementado pela governadora Rosalba Ciarlini, pelo bem da indústria potiguar.

É preciso pensar no futuro do RN com projetos estruturantes, calçados em vantagens comparativas, para corrigir os rumos e salvar a indústria deste estado, embora em termos globais não vejo como fugir da configuração mundial que reservou à China o papel de indústria, aos EUA o de shopping, à Europa o de centro cultural e lazer e ao Brasil o de fazenda.

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