Câmara Municipal de Natal continua ocupada por manifestantes

23 de outubro de 2013

Tribuna do Norte:

Uma reunião entre uma comissão formado pelos manifestantes que ocupam o prédio da Câmara dos Vereadores de Natal e a Mesa Diretora da Casa deve ocorrer ainda hoje. Na pauta, os militantes querem espaço para propor emendas ao projeto do Passe Livre que será encaminhado pelo prefeito Carlos Eduardo, assegurar que a retirada do grupo seja feita de forma pacífica, sem a intervenção da polícia, além da reabertura das seções da Câmara do Vereadores. O horário e local desse encontro não pôde ser confirmado até o fechamento desta edição.

A vereadora Amanda Gurgel (PSTU) disse que vem aguardando a confirmação da Mesa Diretora sobre como e quando esse encontro vai acontecer. “Já enviamos a pauta e estamos aguardando a resposta do vereador Júlio Protásio, vice diretor da Câmara. É importante que a Câmara adote postura tão madura quanto a dos estudantes querem dialogar”, afirma a vereadora. A representante da Associação Nacional de Estudantes Livres (Anel) Jéssica Régis, ressalta que os diversos movimentos tentam um entendimento.

Intervenções artísticas e protestos deram o tom das manifestações ontem. Militantes vão ingressar com recurso contra decisão do TJRN. (Foto; Adriano Abreu)

Intervenções artísticas e protestos deram o tom das manifestações ontem. Militantes vão ingressar com recurso contra decisão do TJRN. (Foto; Adriano Abreu)

Na tarde de ontem a  desembargadora Zeneide Bezerra, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, indeferiu o Habeas Corpus preventivo, com pedido de liminar, impetrado pelos advogados de 18 pessoas que estão acampadas em frente a Câmara dos Vereadores. Para a magistrada não ficaram configurados os requisitos necessários para a concessão da medida.

Entre as alegações dos manifestantes estavam o temor de que “existe a possibilidade de uma futura ação dos policiais violando a Constituição Federal, impedindo o direito de reunião e locomoção dos pacientes, que alberga os direitos de ir, vir e permanecer, além dos direitos de reunião e de livre manifestação, é que o presente Habeas Corpus é impetrado preventivamente”.

Para Davidson Moura, integrante do corpo jurídico do movimento, a decisão não pode ser considerada como uma derrota. “Vamos impetrar um agravo de instrumento para comprovar que há ameaça real aos manifestantes e também vamos recorrer, ainda hoje [ontem] da decisão do Tribunal de Justiça ingressando com pedido de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça”, afirmou.

Os militantes permaneceram durante toda a tarde de ontem em plenária na rua Jundiaí. Intervenções artísticas e protestos, como a destruição de uma bandeira do Brasil, deram o tom das manifestações. Os vereadores Amanda Gurgel (PSTU), Hugo Manso (PT), Sandro Pimentel (PSOL) e Marcos Antônio (PSOL) participaram da plenária. A CMN segue fechada e os próximos passos da manifestação são indefinidos.

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Prefeitura aguarda retorno das atividades da CMN para encaminhar projeto do Passe Livre

Tribuna do Norte:

Foto: Tribuna do Norte

Foto: Tribuna do Norte

O projeto para a gratuidade de estudantes de Natal nos transportes públicos da cidade já está pronto. A proposta, como já havia sido confirmado anteriormente, vai beneficiar os alunos da rede municipal de acordo com a frequência escolar. O custo para a gratuidade será de aproximadamente R$ 2 milhões por ano, mas o projeto só será encaminhado à Câmara Municipal do Natal quando o Legislativo retomar as atividades.

Ontem, uma comissão formada por membros da administração municipal, incluindo os secretários do Gabinete Civil, Educação e Mobilidade Urbana, finalizou a proposta e apresentou ao prefeito Carlos Eduardo. A elaboração da proposta também teve a participação do procurador-geral do Município, Carlos Castim, que garantiu que todos os pontos do projeto estão dentro da legalidade.
“Os recursos serão da secretaria de Educação e o custo será de aproximadamente R$ 2 milhões por ano, e não o valor astronômico suposto anteriormente (no projeto vetado). Vamos garantir o benefício aos estudantes da rede municipal e do Ensino de Jovens Adultos (EJA)”, disse Castim.

Na proposta anterior, todos os estudantes de Natal teriam direito à gratuidade, com a Prefeitura arcando com os gastos e havendo a previsão de que Estado e União também custeassem os benefícios. Segundo o levantamento realizado pela vereadora autora, Amanda Gurgel (PSTU), o custo para a gratuidade seria de R$ 34 milhões. No entanto, o projeto do Executivo limita os número de estudantes que serão beneficiados.
Para ter direito à gratuidade, o aluno deverá estar matriculado em escola da rede municipal e frequentar as aulas. Haverá um cartão de gratuidade estudantil recarregável e, nas escolas, aparelhos validadores incluirão os créditos de acordo com a presença do estudante, prevendo a ida e a volta da escola. Fora desse trajeto, os estudantes terão direito a 50% de desconto nas passagens, como prevê a norma atual.

“Poderá ser incluído o crédito com 50% de desconto, como funciona atualmente, mas as gratuidades beneficiarão somente os estudantes da rede municipal e do EJA, que são de responsabilidade da Prefeitura. Será oferecido a passagem para o percurso casa-escola e escola-casa, e trabalho-escola e escola-casa, no caso dos alunos do EJA”, explicou Castim.

A previsão da Prefeitura é que 65 mil alunos sejam beneficiados, que é a projeção da Secretaria Municipal de Educação para 2014. “Atualmente, temos 54 mil alunos. Com a gratuidade dos 65 mil, serão aplicados R$ 2 milhões por ano”, resumiu Castim.
Apesar da finalização do projeto, a proposta só será encaminhada à Câmara quando houver o retorno das atividades legislativas, suspensas desde a terça-feira da semana passada. Segundo a CMN, as atividades só retornarão após a garantia de segurança aos vereadores e pessoas que querem ingressar no prédio. O Legislativo acionou a Justiça e busca a retirada dos manifestantes da entrada da Casa.
Regulamentação
Para que entre em vigor, a proposta deverá ser aprovada pela Câmara Municipal em dois turnos, após trâmite nas comissões técnicas da Casa. A tendência é que a proposta seja apreciada em regime de urgência, diminuindo os prazos para aprovação.
Na possibilidade de emendas, a Prefeitura do Natal vai analisar as propostas de mudanças e, caso não acate, poderá haver novos vetos. Nesse caso, o veto deverá ser votado pelos vereadores antes da sanção do Executivo.
Após a sanção, a Prefeitura prevê 90 dias para a regulamentação da proposta, com início dos benefícios propriamente dito aos estudantes e instalação dos validadores nas escolas.

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