China reage, mas poluição do ar ainda afeta 8 em cada 10 habitantes do planeta

17 de maio de 2016

Na semana passada (12 de maio), a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou uma atualização do mais completo panorama sobre a qualidade do ar no mundo, que ela realiza a cada dois anos. 

A OMS analisou mais de 3 mil cidades em mais de 100 países: uma amostragem que cobriu 42% da população mundial (duas vezes mais do que o último estudo do gênero, publicado em 2014).

O estudo revelou que a concentração de partículas poluidoras no meio urbano cresceu em 8% nos últimos cinco anos, chegando hoje a afetar diretamente a saúde de 8 em cada 10 cidadãos do mundo, e responsável por mais de 3 milhões de mortes por ano!  Ou seja, a qualidade do ar no mundo continua se degradando, apesar de inúmeros esforços e iniciativas existentes em várias frentes e locais. 

O ônus de ter que correr atrás do progresso e do crescimento econômico parece fazer das economias emergentes os vilões da qualidade do ar para o mundo e também para os seus próprios cidadãos, mas o exemplo da China mostra que mesmo um cenário horroroso pode ser modificado, com fontes de energia limpas; otimização do uso de pesticidas, eficientização de motores e redução da queima de biomassa, entre outras medidas. 

Graças a elas, houve mudanças nos rankings: a criticada China melhorou significativamente a sua situação, deixando Paquistão, Afeganistão e Índia no topo do ranking de países com o ar mais poluído. Alguns países do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Bahrein, Qatar e Kuwait) também ficaram mal na fita, em termos de poluição atmosférica. Na China, a cidade industrial de Shijiazhuang (capital da província de Hebei) e os picos regulares de poluição em Beijing e Shanghai ainda persistem como referências altas, mas nem de longe se aproximam da situação retratada durante a Olimpíada, em 2008. 

Em 98% das cidades com mais de 100.000 habitantes dos países mais pobres ou emergentes foram ultrapassados os limites recomendados pela OMS para qualidade ideal do ar (20 microgramas/m3). A cidade mais poluída do mundo deixou de ser Nova Delhi (India) e passou a ser Peshawar (Paquistão), que registrou 540 mcg/m3.  Na outra ponta, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e os países balticos (Finlândia, Estônia, Lituânia etc) e escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca) ficaram com praticamente todas as suas cidades fora dos limites considerados insalubres.

Aqui em nós, Natal segue sendo conhecida como o ar mais puro das Américas, um título dado pela NASA, décadas atrás, que alguns especialistas contestam nos seus detalhes. Mas é indubitável que a qualidade do ar em Natal como um todo é excelente, não apenas por ser uma cidade litorânea e com pouca emissão de poluentes, como principalmente por ter sua atmosfera renovada constantemente pela brisa marítima. 

Mais uma vez, os ventos trabalham a nosso favor! 

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