Chuvas em Natal: População se mobiliza para fazer doações e Prefeitura decreta calamidade pública

16 de junho de 2014

Saiu no portal G1 RN:

Muitos natalenses aproveitaram a trégua dada pelas chuvas neste domingo (15) e saíram de casa para ajudar as dezenas de famílias que ficaram desalojadas após o temporal que assolou a cidade nestes últimos dois dias. O trabalho de recepção e distribuição de doações está sendo coordenado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas).

As doações estão sendo recebidas até a meia-noite na Escola Municipal Santos Reis, que fica por trás do Mercado do Peixe, no bairro de Santos Reis, próximo à Fundação Rampa. Também estão sendo recebidas doações no ginásio poliesportivo Nélio Dias, na Zona Norte da cidade; no Aeroclube, no bairro do Tirol; e no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do bairro Planalto, na Zona Oeste.

A estudante Amanda Jales resolveu fazer mais do que apenas doar lençóis, toalhas e colchões. A jovem de 20 anos decidiu se integrar a equipe que recebe as doações e está desde as primeiras horas da manhã participando da operação para ajudar os desalojados em Natal.

Foto: Tacio Cavalcanti

Foto: Tacio Cavalcanti

“Resolvi ajudar porque fiquei muito preocupada com estas pessoas. Pensei: ‘meu Deus, o que vai ser delas?’. Já que eu não preciso, graças a Deus, me senti na obrigação de ajudar. Acho que a sociedade tem o dever de socorrer estas pessoas. E é um sentimento muito bom ver todo mundo se mobilizando”, disse.

O empresário Laurent Queiroz também esteve na Escola Municipal Santos Reis na manhã deste domingo (15) para fazer sua colaboração. Ele se uniu aos amigos para doar alimentos e uma quantia em dinheiro. “Nós temos o conforto e a alimentação que Deus nos dá todo dia e eles, infelizmente, não estão em um momento satisfatório. Eles estão precisando e nós devemos ajudar. Então eu saí de casa para dar uma ajuda, um ombro amigo”, falou.

Itens de higiene pessoal, produtos de limpeza e roupas de adulto são as principais necessidades atualmente. Na manhã deste domingo, 50 colchões novos foram doados. Água, alimentos, medicamento e cobertores estão sendo recebidos. A secretaria solicita ainda a doação de sacos plásticos grandes para acomodar o material.

A Semtas também tem providenciado a entrega às famílias atingidas, inclusive para algumas que ainda estão na rua Guanabara, uma das mais afetadas pela forte chuva, localizada no bairro de Mãe Luíza, na zona Leste de Natal.

Além das famílias do bairro de Mãe Luíza, as equipes da Semtas, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros também estão monitorando toda a cidade para identificar outras necessidades semelhantes que deverão ter o mesmo tratamento.

A Semtas também está realizando um trabalho de atenção psicossocial com as famílias, bem como o cadastramento para que a assistência possa ser planejada, ampliada e estendida àquelas que enfrentam as maiores dificuldades.

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Natal entra em estado de calamidade após deslizamentos

Portal G1 RN:

A Prefeitura de Natal decretou estado de calamidade pública por 180 dias no município devido aos deslizamentos de terra e transbordamentos de lagoas de captação registrados no sábado (14) e domingo (15). O documento, assinado pelo prefeito Carlos Eduardo, foi publicado na edição desta segunda-feira (16) do Diário Oficial do Município (DOM). Natal é uma das sedes da Copa do Mundo. Nesta segunda, a cidade recebe a partida entre Gana e Estados Unidos, válida pelo Grupo G do Mundial. Mesmo com as chuvas, o jogo está confirmado. A Polícia Militar orienta que os turistas que estejam na Via Costeira sigam para a Arena usando a avenida Engenheiro Roberto Freire.

Foto: bomjesusrn.blogspot.com

Foto: bomjesusrn.blogspot.com

O decreto diz que no fim de semana choveu 333 mm em Natal. Várias ruas tiveram erosões. Há pessoas desabrigadas ou desalojadas. A Prefeitura de Natal e a Defesa Civil ainda não sabem precisar a quantidade de pessoas atingidas pelo desastre.

De acordo com o decreto, a Prefeitura de Natal está autorizada a “penetrar nas casas para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação”. O documento frisa ainda que a Prefeitura pode iniciar “processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares comprovadamente localizadas em áreas de risco intensificado de desastre”. No processo de desapropriação, deverão ser consideradas a depreciação e a desvalorização que ocorrem em imóveis localizados em áreas inseguras.

A Prefeitura ressalta que, “sempre que possível, essas propriedades em áreas de risco serão trocadas por outras situadas em áreas seguras, e o processo de desmontagem e de reconstrução das edificações, em locais seguros, será apoiado pela comunidade”.

Motivos
O temporal provocou o “deslizamento de encosta, comprometendo entre 20 a 40 residências na rua Guanabara, no bairro de Mãe Luíza afetando ainda outros imóveis, inclusive prédios residenciais localizados na avenida Silvio Pedrosa e a faixa da praia de Areia Preta”.

Na mesma data, ocorreu o comprometimento do muro de contenção da encosta na comunidade do Jacó, no bairro das Rocas, provocando risco de deslizamentos e desabamento comprometendo aproximadamente 50 residências.

O decreto cita que “as chuvas agravaram a situação erosiva existente na rua São Bráulio e iniciou novo processo erosivo no final da avenida dos Caiapós, na divisa dos bairros do Planalto e Pitimbu, ambos apresentando voçorocas, carreando material para o leito do rio Pitimbu e culminando no assoreamento do rio, dentre outros impactos ambientais”.

Foto: Portal No Ar

Foto: Portal No Ar

Houve ainda transbordamento das 10 lagoas de captação de Natal: Pirangi, Jiqui, Cidade Jardim, Preá, Potiguares, conjunto Iprevinat, São Conrado, Horto, Cidade da Esperança e Nova Cidade. As chuvas intensas provocaram fissuras e rachaduras no canal do Passo da Pátria e no canal do Baldo, na zona Leste da cidade.

Trégua
No final da manhã deste domingo, após mais de 50 horas, as chuvas que começaram a cair em Natal na sexta-feira (13) deram uma trégua. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), em 48 horas choveu mais de 330 mm na capital potiguar. A média histórica de chuvas no mês de junho em Natal, ainda segundo a Emparn, é de 284 mm. “Choveu nestes dois dias o equivalente a média histórica de todo o mês de junho”, afirmou o meteorologista Gilmar Bristot.

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