Ah, Chico, sempre Chico. Falo do cantor e compositor Chico Buarque que ao ser agredido verbalmente na noite de segunda-feira ao sair de um restaurante no Leblon, zona sul do Rio, disse em tom irônico: “com base na revista Veja, não dá para se informar”, respondendo aos seus algozes que o provocaram. Um deles dizia: “petista, vá morar em Paris. O PT é bandido”.

Em resposta, Chico disse, em tom de voz controlado: “eu acho que o PSDB é bandido, e aí?”.

Chico saía de um jantar no restaurante Sushi Leblon, localizado na rua Dias Ferreira, acompanhado do cineasta Cacá Diegues e do escritor e jornalista Eric Napomuceno.

Entre os agressores que abordaram o ícone da MPB estava o filho de Alvaro Garnero, empresário paulista. Herdeiro de uma família tradicional, Alvaro se filiou ao PRB e cogitou ser candidato a deputado federal.

A que ponto nós chegamos, caro leitor. Aliás, eu mesmo sou vítima de alguns leitores que não sabem o que é democracia e que, portanto, baixam o nível da discussão política com palavras chulas e agressões verbais.

Estas pessoas não sabem ou fingem não saber que vivemos hoje numa democracia que a presidenta Dilma Ruosseff ajudou a construir combatendo a ditadura militar. Não fosse ela e seus companheiros (as), certamente estas pessoas que hoje tanto criticam e agridem aqueles que pensam diferente deles, não tivessem a liberdade de poder se expressar, embora rancorosas.

Como diz aquele refrão da música Cálice, de Chico Buarque

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue