Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Como uma Fênix

25 de outubro de 2015

Lendo um artigo sob o título “Dilma assassinou a retórica do seu mentor” assinado pelo jornalista Josias de Sousa, em seu blog, a quem às vezes costumo dar crédito de seus artigos aqui neste espaço, estou convicto de que o que está em jogo não é propriamente o impeachment da presidenta Dilma, mas sim o receio de que Lula possa novamente se candidatar à Presidência da República em 2018. Muito dos leitores dirão que isso é quase impossível diante do desgaste que o governo do PT vem sofrendo com a crise política e a economia em baixa. Direi que ainda faltam pouco mais de três anos para a próxima eleição presidencial.

Mas, voltando ao artigo do jornalista da Folha, ele diz que “o morubixaba do PT ainda não se deu conta, mas sua retórica já morreu e, suprema desgraça, não foi para o céu. No momento, exerce a prerrogativa de escolher seu próprio caminho para o inferno”.

E continua:

– Não foi uma morte natural. Ironicamente, a oratória de Lula foi assassinada pelo mito gerencial que ajudou a colocar no Palácio do Planalto. Matou-a, num processo lento e cruel, a ineficácia crônica de Dilma. Sem assunto, Lula perambula pelo país esgrimindo um discurso desconexo, que ofende a inteligência de quem ouve.

E conclui:

– Dias atrás, Lula declarou que não gostaria de se candidatar novamente à Presidência em 2018. Talvez os fatos venham a confirmar a sensação de que o cabeça do PT está sendo delicado demais consigo mesmo. Depois que sua retórica foi assassinada por seu poste, Lula ganhou a aparência de um cadáver político na fila, esperando para acontecer.

Respeito a opinião de Josias de Sousa, mas discordo. Lula está vivo e como tal ainda incomoda a direita. O grande temor da oposição hoje é exatamente o “morubixaba petista” renascer das cinzas, assim como uma Fênix. Lembro que Lula encerrou o seu governo com 80% de aprovação, um recorde, segundo pesquisa Ibope da época. Claro que os governos da sua sucessora, Dilma Ruosseff, não correspondem a expectativa. Tudo bem. Mas, repito: em três anos muita coisa pode mudar ou até mesmo piorar, óbviamente.

Contudo, inegavelmente Lula é um líder. Isso ninguém pode subestimar, nem mesmo aqueles que o vêm como a causa de tudo isso que está acontecendo.

E digo mais. Lula tem carisma e está acima do PT. Muitos que votaram em Dilma por exemplo, não eram simpatizantes do partido, mas de Lula.

Daí dizer que o grande temor da oposição é Lula se candidatar novamente a presidente da República. Aí está a estratégia para desgastar e sangrar o governo Dilma. Impeachment, isso é apenas jogar para a platéia. Exemplo disso é que o mais provável candidato do PSDB à sucessão de Dilma, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não quer o impedimento da petista. Quer sim desgastar o seu governo.

A conferir!

Deixe seu comentário:

Postagens relacionadas:

© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados

O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.