Dessalinizador movido a energia solar atinge objetivos após dois anos de pesquisas

21 de outubro de 2014

Saiu no portal No Ar:

Depois de dois anos de pesquisas, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) concluiu a fase de implantação do Projeto de Dessalinização Solar, com resultados que deixaram os pesquisadores plenamente satisfeitos. Para se ter uma ideia da importância desse trabalho, para o semiárido nordestino, região com grande incidência solar e muita água subterrânea salinizada, o equipamento, ao final da pesquisa, utilizando água do mar, demonstrou capacidade para fornecer o líquido com percentuais bem abaixo dos exigidos pela legislação do Brasil e da Alemanha. Por exemplo, um litro de água do mar, com mais de 2.000 miligramas de cloreto, após o processo de dessalinização, apresentou índice de 41mg/l, quando é permitido até 250mg/l. Outros componentes minerais revelaram indicadores bem abaixo do máximo permitido, inclusive sulfato, fosfato e nitrato.

Reunindo especialistas na área, o CTGAS-ER promoveu uma conferência nesta sexta-feira, 17, encerrando o Projeto de Dessalinização, iniciado outubro de 2012, através de uma parceira com Agroscience, um instituto do governo alemão que atua na área de pesquisa, com quem a FIERN vem mantendo intercâmbio com vista ao desenvolvimento de estudos do interesse da indústria. Presentes engenheiros e pesquisadores do Agroscience e da FKM Engineers, colaboradores do CTGAS-ER, alunos e representantes de empresas interessadas no tema.

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Para Cândida Amália, diretora Executiva do CTGAS-ER, “o Centro cumpriu sua missão no projeto, desenvolvendo pesquisa e concluindo essa fase inicial, em que foram obtidos resultados plenamente satisfatórios. Agora, os estudos vão continuar, testando outros tipos de água. Ao final, temos a expectativa de oferecer um trabalho que interesse à indústria e ao poder público, haja vista a possibilidade de minimizar os problemas de falta de água potável no sertão nordestino, onde existe a possibilidade de ser utilizada a energia solar em grande escala.

Programação

A conferência foi aberta pelo diretor de Tecnologias do CTGAS-ER, Pedro Neto e pelo cônsul alemão em Natal, Axel Geppert., que destacaram a importância de mais esse intercâmbio entre o Brasil e a Alemanha. Em seguida, Josenberg Rocha Jr., da AgroScience, expôs sobre “Estado atual, problemas e perspectivas de água potável no Rio Grande do Norte” .Thorsten Pollatz, também da AgroScience, Chefe do Departamento de Tecnologia Ambiental, discorreu sobre o “Gerenciamento Sustentável de Água – Conceitos e oportunidades técnicas”, antecedendo a sessão e debates.

Na parte da tarde, Raimonds Trifanovs, da GKM Engineers, desenvolveu o tema “Tratamento de efluentes baseado em processo modelo da natureza”. Georges Theis – GKM Engineers, falou sobre a “Produção de água potável utilizando energia solar pelo método Multi-Effect- Humidification (MEH). Na sequência, Bruno de Lima Soares, do CTGAS-ER, Coordenador de Projeto, desenvolveu o tema “Operação da planta de demonstração no CTGAS-ER e resultados obtidos”. Prosseguindo, Philipp Senner, da AgroScience, abordou “Áreas de aplicação, desafios e efeitos econômicos da tecnologia MEH”, em seguida nova sessão de debates. Finalizando, aconteceu a inauguração e entrega oficial da planta de demonstração no CTGAS-ER, com a presença do diretor de Operações do SENAI-RN, Emerson da Cunha Batista,.

Dessalinizador

A Agroscience, que doou o dessalinizador, é uma instituição do governo alemão, fundada em 1996, reconhecida internacionalmente por seu inter-relacionamento com instituições de pesquisa e indústria em todo o mundo. Ela atua nos ramos de pesquisa básica e aplicada, oferecendo também serviços em diferentes áreas da biotecnologia vegetal. O dessalinizador, que utiliza a energia solar, é composto por dois circuitos de água: o primeiro circuito é fechado e contém água limpa; essa água é aquecida através de painéis solares térmicos e o segundo circuito é aberto e contém a água que será dessalinizada. A água quente do primeiro circuito troca calor com a água bruta, aquecendo-a e causando sua evaporação.

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