Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Do ponto de vista jornalístico a microcefalia deve ser tratada como pauta prioritária

14 de novembro de 2015

Posso estar sendo um tanto quanto paradoxo, ou seja, contrário a uma opinião admitida como válida, contudo, a microcefalia ainda é algo ou alguma coisa de difícil compreensão, difícil de definir ou de conhecer a fundo, ou seja, enigmática. Daí a necessidade, do ponto de vista jornalístico, ser tratada como pauta prioritária até para esclarece a opinião pública o que vem ocorrendo nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte onde casos de recém-nascidos apresentando deformidade no cérebro foram registrados nos últimos três meses. No Rio Grande do Norte, especificamente, a Secretaria Estadual de Saúde contabilizou até agora, oficialmente, 30 casos.

A despeito da gravidade do assunto que tomou conta das páginas dos jornais e telejornais, além de portais e blogs, bom que se diga que a Secretaria Estadual de Saúde, sem alarde, tratou de convocar coletiva para anunciar as medidas que estavam sendo tomadas no Rio Grande do Norte após o ministro da Saúde, Marcelo Castro, declarar estado de emergência em saúde pública por causa da situação, sobretudo no Nordeste.

thumbs_foto-microcefalia-01

Fato é que a situação é muito preocupante. A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, na qual o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é a maior preocupação das autoridades de saúde. Neste caso, os bebês  nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a  33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, radiação e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias e vírus.

Feito estes esclarecimentos, há infectologistas que creditam os 30 casos de microcefalia ocorridos nos últimos meses ao Zica vírus, cujo vetor da doença é o mesmo que a dengue, o que preocupa ainda mais. E qual o papel da imprensa neste contexto? Como disse no título deste Editorial, do ponto de vista jornalístico a microcefalia deve ser tratada como pauta prioritária. Sendo assim, a mídia exerce um papel fundamental não só relatando o trabalho da Saúde com relação ao acompanhamento dos casos, bem como as medidas que estão sendo adotadas, mas, sobretudo esclarecendo à população dos cuidados que deve ter para evitar que novos casos com mulheres grávidas voltem a acontecer.

Se ficar mesmo constatado que os 30 casos de microcefalia foram resultados do Zika vírus, a melhor saída para evitar que novos casos possam aparecer, é a saúde preventiva, até porque, como disse anteriormente, o mosquito Aedes Aegypt, transmissor da dengue, é o mesmo vetor do Zika. Contudo, ainda não há confirmação laboratorial sobre isso, mesmo porque existem outros fatores já abordados aqui, mas a coincidência de casos no mesmo período em três estados diferentes, tudo indica para a ocorrência.

Portanto, a microcefalia deve figurar na pauta diária daqui pra frente.

A conferir!

Deixe seu comentário:

Postagens relacionadas:

© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados

O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.