Em Natal, impasse entre servidores e prefeitura causa greve por tempo indeterminado

30 de março de 2012

Os servidores do município de Natal entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão veio em uma assembleia pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat) realizada ontem pela manhã, em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura, onde muitos servidores estavam acampados representando o Sindicato dos Servidores da Saúde, Odontólogos e Agentes de Saúde. A falta de um posicionamento da prefeitura com relação à data-base dos trabalhadores municipais é a principal causa da paralisação. Já a prefeitura diz que o Sinsenat interrompeu unilateralmente o diálogo e que o Executivo não irá negociar com os grevistas.

Segundo a presidente do Sindsaúde, Soraya Godeiro, as categorias vêm tentando negociar com o Executivo desde janeiro a definição da data-base que está prevista em lei. “Quinta-feira tínhamos uma reunião marcada para tratar sobre o assunto, mas recebemos um comunicado do Gabinete Civil adiando o encontro, sob a justificativa que remeteriam num documento proposta para as categorias analisarem. Como até o momento não foi enviado nada, deflagramos a greve”, explica Godeiro.

A expectativa do Sindsaúde é de que haja adesão de todos os servidores municipais, com a exceção dos professores que têm negociação própria. A legislação da data-base estabelece o mês de março para as negociações salariais e o reajuste salarial tem que romper, no mínimo, a inflação. Somente a inflação já ultrapassa os 6%, mas o governo federal, além da recomposição da inflação, deu ao trabalhador um aumento real que ficou em torno dos 14%. Os servidores municipais conseguiram em 2010 a implantação do Plano de Carreira com uma matriz salarial que estabelece a necessidade de reajuste salarial anualmente.

Outras reivindicações dos servidores são o enquadramento dos auxiliares de enfermagem no plano de cargos da função de assistente para técnico, 1/3 de férias referente a janeiro dos profissionais da saúde, pagamento em espécie correspondente ao vale transporte de agosto a dezembro que foram descontados e não entraram os créditos. Os agentes pedem melhores condições de trabalho como fardamento e material para uso diário no serviço.

Representantes do Sindicato dos Servidores da Saúde, Odontólogos e Agentes de Saúde acampados em frente a sede da prefeitura

Representantes do Sindicato dos Servidores da Saúde, Odontólogos e Agentes de Saúde acampados em frente a sede da prefeitura

Prefeitura não vai negociar com grevistas

Na tarde de ontem, após a deflagração da greve, a prefeitura informou que não irá negociar com servidores públicos em greve. A afirmação foi feita pelo secretário-chefe do Gabinete Civil, Heráclito Noé. Ele disse estranhar a decisão do Sinsenat e afirmou que foi o sindicato quem decidiu, unilateralmente, interromper o diálogo que estava sendo construído nos últimos dois meses.

O secretário-chefe do Gabinete Civil informou que ao longo desse período de diálogo vários pleitos de diferentes setores do funcionalismo foram atendidos. Segundo Heráclito Noé, a prefeitura havia assumido o compromisso de se posicionar até a última quarta-feira sobre o pleito de reajuste salarial na data-base da categoria. “Fomos surpreendidos na segunda-feira com um comunicado da Semob informando que o Sinsenat enviara ofício pedindo a interdição da rua Ulisses Caldas para mobilização de paralisação. Qual o motivo de paralisação se as negociações ainda estavam em andamento?

 

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