Querido Focinho

Neli Terra é jornalista dos setores jurídico e energético (renováveis, O&G), apresentadora e diretora de TV, mãe, madrasta, esposa, filha, irmã. Gaúcha. Movida por desafios.Andarilha por natureza. Apaixonada pelos animais, sonha com um mundo onde todos convivam com respeito e harmonia.

Em Natal, problemas na coleta de lixo, causa transtornos à moradores da capital

20 de abril de 2012

A IRREGULARIDADE NA coleta de lixo está poluindo a imagem das ruas e avenidas de Natal, especialmente na região Leste e Centro, onde moradores reclamam dos males que o problema tem causado com o odor e o risco de infestação de insetos, inclusive o mosquito Aedes Aegpti, transmissor da dengue.

Um dos bairros mais afetados é o das Rocas. Lá moradores reclamam que a coleta não acontece há pelo menos três dias, tempo suficiente para o lixo acumular nas calçadas e terrenos baldios. Na praça Lions Club, próximo a uma quadra de esportes as montanhas de lixo estão se formando e com elas o forte odor e insatisfação da população. As ruas adjacentes das Rocas seguem com o mesmo problema.

Rocas está entre os bairros que mais sofrem com o acúmulo de lixo

Rocas está entre os bairros que mais sofrem com o acúmulo de lixo. (Foto: Argemro Lima/NJ)

Nos bairros mais nobres da capital a situação não é diferente. Há ruas no Tirol e em Petrópolis, em que os tambores de lixo estão repletos. As Ruas General Gustavo Farias e Coronel Joaquim Manoel, que dão acesso à Ribeira, são provas disso. Na Ladeira do Sol e na Avenida Getúlio Vargas a quantidade de sacos cheios de lixo está aumentando em frente aos edifícios residenciais. Funcionários dos condomínios relataram que durante toda a semana o carro da coleta não passou.

Quem passa pela orla da Praia do Meio e vê a área limpa, não imagina que nas ruas adjacentes há uma imagem contrária de lixo não coletado, como na Avenida 25 de dezembro, onde os alunos da Escola Estadual Olda Marinho têm convivido nesta semana com o lixo de frente ao estabelecimento.

Em Barro Vermelho a reclamação é a mesma. Indo até a Avenida Alexandrino de Alencar encontra-se o lixo nos canteiros organizados em pequenos montes. Porém, o problema parecia está sendo resolvido por lá, uma vez que na tarde de ontem, uma das caçambas coletoras estava circulando no bairro. Mas no Tirol e Cidade Alta, o problema continuava.

A Rua Jundiaí, próximo à Catedral Metropolina, está com montes de lixo em sua extensão à espera da coleta. Funcionária de uma loja de artigos de informática, Francisca Dionísio relata que a última vez que o carro recolheu os resíduos foi no último sábado. “Está aí desde sábado. Todo dia tenho que ajeitar porque amanhece tudo espalhado e isso atrapalha o movimento aqui”, relata, referindo-se ao amontoado de lixo no poste em frente ao local de trabalho, onde também funciona uma lan house.

Ela conta que ainda não surgiram insetos por lá porque o lixo não contém alimentos, mas na pizzaria que i ca do outro lado da rua, o odor estava se tornando insuportável. “Acho que eles deram um jeito de tirar porque quando eu passei ontem dava nojo, tinha até aquelas moscas varejeiras”, relembra.

Os moradores da Rua Santo Antônio, onde está localizado um dos principais símbolos da história da cidade, a Igreja do Galo, também reclamam da irregularidade na coleta. O odor já é perceptível por quem mora ou transita naquela via. A situação provoca indignação nos moradores que temem problemas maiores com o acúmulo dos resíduos, em sua grande parte, domiciliares.

“O carro não está passando normalmente. Acho que faz uns três dias que passou e não costuma haver essa demora”, comentava a aposentada Leonísia Oliveira, ao passar por sacolas cheias de lixo à espera da coleta. “Amanhece pior porque os moradores de ruas e os animais rasgam à noite e fica tudo espalhado provocando esse mal cheiro”, relata.

mal cheiro”, relata.Mais indignada estava outra moradora daquela rua. Inês Bleuel reclama que quando há a coleta, os trabalhadores fazem de forma dei ciente. “As pessoas que recolhem não o fazem como deveria. Eles pegam os sacos de qualquer jeito e acabam rasgando. É o carro indo na frente e o caminho de lixo se formando com o que cai e se espalha”, denuncia.

Sobre esta reclamação ela contou que já entrou em contato com um dos i scais da Urbana, autarquia que coordena a limpeza urbana na capital, mas não obteve sucesso porque o servidor prometeu ir até lá e posteriormente informou que não localizou a rua.

A moradora também critica o fato de que na Avenida Rio Branco, que i ca nas proximidades, não percebe este problema. “Eu vejo que lá toda noite estão coletando e limpando. Amanhece tudo limpo. Porque aqui que tem mais moradores não fazem o mesmo?” questiona.

Ela contou que a última coleta aconteceu na terça-feira passada, fato comprovado por outros moradores questionados pela reportagem. Eles relataram não ser comum tanto atraso, mas não encontram outra alternativa que não seja levar para fora os sacos de lixo, que por conterem resíduos de alimentos atraem insetos. A preocupação se estende ao risco de infestação de mosquitos como a dengue. “Eu sou muito atenta a evitar a dengue, mas assim i ca difícil”, ressalta Inês Bleuel.

E até nas proximidades da sede do município há lixo não coletado. Próximo aos prédios da prefeitura, da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça do Estado, a quantidade de resíduos está cada vez maior.

A dei ciência na coleta tem uma explicação. De acordo com o diretor presidente da Urbana, João Bastos, houve um problema com a empresa Líder, responsável pela coleta na Zona Leste da capital. Ele informou que se tratava de um problema operacional da empresa, mas que tudo começaria a ser resolvido na quarta-feira passada. João Bastos disse que o problema era pontual e não em toda a cidade. “O que sabemos é que houve um atraso de ontem para hoje (quarta-feira), mas tudo já está sendo resolvido”, declarou.

Ontem o Novo Jornal percorreu todas as ruas mencionadas e o problema persistia. Novamente o diretor-presidente da Urbana garantiu a resolução. “Até final da noite de hoje (ontem) tudo voltará ao normal. Já estamos com dez coletores nas ruas”, informou.

A reportagem entrou em contato com a empresa Líder mas ninguém falou sobre o assunto.No escritório em Natal informaram que somente os representantes da empresa, em João Pessoa/PE, poderiam se pronunciar a respeito. Em João Pessoa os responsáveis não foram localizados para comentar o assunto.

 

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