Em quatro anos RN recebeu investimentos de R$ 200 milhões na exploração de minério

11 de agosto de 2014

  • PAULO NASCIMENTO

O Rio Grande do Norte já foi destaque na mineração do país. Currais Novos era o berço da scheelita e o desembargador Tomaz Salustino era a face do sucesso, com sua mina Brejuí. A pujança se foi e a mineração passou muitos anos estagnada, com exceção de alguns setores produtivos ligados à construção civil que se mantiveram ativos.No entanto, o cenário vem se alterando na última década, especialmente por conta da descoberta de um novo minério no estado: o ferro. O produto começa a aparecer nas pesquisas realizadas por empresas no início dos anos 2000 e hoje, pelo menos até agora, coloca o RN como a segunda maior jazida do Nordeste.

No esteio da extração de minério de ferro, o estado passou, especialmente nos últimos cinco anos, a ganhar novos investimentos, presença de novas empresas e até a reativação de antigas minas de scheelita e ouro, que voltaram a ser exportados para países como Estados Unidos, China e Índia.De acordo com os dados do Anuário Mineral Brasileiro, apenas a partir de 2009 mais de R$ 200 milhões foram investidos na extração do minério de ferro, incluindo usinas e beneficiamento do mineral.

“A mineração tinha diminuído muito, mas voltou com a descoberta do ferro no início dos anos 2000. Ninguém dizia que tinha ferro no Rio Grande do Norte, mas alguém foi lá e descobriu”, relembra o geólogo Eliasibe de Jesus, do Departamento Nacional de Produção Mineral DNMP/RN).No mesmo período o Estado ainda recebeu a primeira refinaria de calcário do Nordeste, fábricas de cimento e empresas de beneficiamento de granito e mármore para exportação. Somam-se a estes dados os investimentos na extração de minerais como scheelita (mais de R$ 8 milhões) e ouro, com a reativação de minas em Currais Novos e Lajes.

Minério de ferro tem impulsionado exportações do Rio Grande do Norte na área de mineração. (Foto: Ney Douglas / NJ)

Minério de ferro tem impulsionado exportações do Rio Grande do Norte na área de mineração. (Foto: Ney Douglas / NJ)

As verbas empenhadas em investimentos só surgem após vários anos de estudo e a liberação, que fica a cargo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Os dados do órgão federal ligado ao Ministério das Minas e Energia apontam que nos últimos cinco anos os pedidos de estudos nas áreas com potencial de extração mineral registraram os melhores resultados desde o fim da década de 1990. O melhor resultado foi em 2011, com a emissão de 657 alvarás de pesquisa. Atualmente, mais de 1800 alvarás estão em vigor.

A pesquisa dura de dois a três anos e é a fase anterior à exploração, que também precisa de autorização do DNPM diante dos estudos de viabilidade feitos pelas empresas interessadas na exploração. Sem contar os locais de exploração dos minerais utilizados na construção civil (calcário, areia, granito para brita, etc), que utilizam outro tipo de processo de liberação, o RN possui 138 locais de mineração autorizados por portaria de lavra.

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