Eólicas na charge de Brum (Tribuna)

12 de abril de 2014


O Governo do Estado do RN, que fez uma campanha tão bacana (Crioula) na revista da Gol e outras promovendo o RN com eólicas, turismo e Copa, poderia ter passado sem esta pertinente charge de Rodrigo Brum na Tribuna do Norte deste sábado (12).
Afinal, fazer demagogia se arvorando em ter impulsionado o setor exatamente no ano em que temos o menor número de projetos e de MW inscritos para um leilão federal e quando temos mais de dois anos de atraso na entrada em operação dos parques contratados em 2009 e 2010 é, no mínimo, um factóide de baixíssima qualidade.

O Rio Grande do Norte, apesar de todos os percalços, merece comemorar não somente este posto de liderança em geração, como também o próximo grande marco de sua história energética que já adiantamos desde janeiro, inclusive no Jornal Nacional: o primeiro GW eólico de um estado brasileiro.

Mas há que ser justo e realista, além de termos que estar atentos para não “dormir nos louros” como se tudo estivesse maravilhoso.
Não está.
Este resultados em NADA têm a ver com a atual gestão estadual, exceto no resgate tardio da cobrança junto ao governo federal e à CHESF quanto às linhas já quando estavam em grande atraso, a partir de 2013.
Ao contrário: ocorrem APESAR de várias falhas e desatenções. Senão vejamos:
  • As linhas de transmissão atrasaram, entre outros motivos (principalmente a falta de dedicação da CHESF a elas no tempo certo), pela total inação do Estado em acompanhar e cobrar sua execução no período 2011-2012.
  • Há duas semanas atrás, véspera de inscrição de projetos novos para o leilão deste ano, o IDEMA não tinha recursos para pagar a conta da internet e vários empreendedores ficaram com todos os despachos eletronicos e pareceres bloqueados.
  • Assaltos em dia de pagamento nas obras dos parques e sabotagem/roubo de equipamentos de medição são comuns no interior do Estado, e
  • a confusão fundiária já causa conflitos de sombreamento e imprecisão geográfica para os novos empreendimentos.

Nossa liderança nacional em eólicas é, sim, digna de destaque e celebração, mas o governo se apropriar demagogicamente desta conquista para tentar amenizar o caos nas áreas em que deveria atuar plenamente é embuste!

Até porque, quem conhece o setor sabe que estes MW que entram em operação agora são dos contratos assinados em 2009 e 2010! E sua entrada em operação está é atrasada, em um ano ou dois (a depender do parque).

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