Fatia do RN no petróleo cai para 2,7%

5 de fevereiro de 2012

A produção de petróleo no Brasil registrou recorde em 2011. Os números foram divulgados esta semana pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O Rio Grande do Norte, que se reveza com o Amazonas na posição de maior produtor de petróleo em terra, também registrou incremento no volume produzido.

RN hoje detém quase 1/3 dos poços produtores de petróleo do país

RN hoje detém quase 1/3 dos poços produtores de petróleo do país

Apesar da leve recuperação (+2,9%) – registrada após seis anos de queda – o estado ainda tem um longo caminho a percorrer. Informações da Agência revelam que a participação do RN na produção nacional de petróleo ficou quase três vezes menor na última década. O percentual caiu de 6,2% para 2,7% entre 2001 e 2011. O volume de petróleo produzido caiu 27,6% no período.
Apesar do recuo, o RN voltou a ocupar a liderança da produção de petróleo em terra no ano passado. O estado hoje detém quase 1/3 dos poços produtores do país. O campo de Canto do Amaro, em Mossoró, possui o maior número de poços produtores do Brasil. São 1.122, segundo a ANP. Para o especialista em petróleo e gás e coordenador da Redepetro RN, Doryan Filgueira, a queda na participação já era esperada. A maioria dos poços potiguares está madura e por isso produz menos que há dez anos. A Redepetro é uma organização constituída de 119 empresas e 12 instituições fornecedoras de bens e serviços para a cadeia produtiva de petróleo e gás no estado.
Para Francisco Wendell, diretor do curso de Engenharia de Petróleo e Gás da Universidade Potiguar (UnP), o recuo na participação não é grave. O Brasil descobriu muitas jazidas nos últimos anos. “É natural que a participação do RN caia”, afirmou.
ROYALTIES
A principal consequência disso é a queda na arrecadação de royalties. As empresas, segundo Doryan, não sofreram tanto impacto. Das 123 empresas que integram a Rede Petro no estado, pelo menos 20 já desenvolvem trabalhos ou abriram filiais em outros estados nos últimos dez anos. “A saída foi buscar novos mercados”, afirma. O período, entretanto, é de retomada. Segundo Wendell, “tudo indica que teremos um segundo ano de crescimento”. Projetos como o de injeção de água em Canto do Amaro e o de  injeção de vapor em campo do Estreito e Alto dos Rodrigues devem alavancar a produção potiguar.
Hoje, o RN produz, em média, 70 mil barris de petróleo. A expectativa é que a média suba quase 43% depois da recuperação dos poços. “Podemos voltar a produzir 100 mil barris por dia”, afirma Doryan. Só a primeira fase da injeção de vapor no Campo de Estreito representará um incremento de cinco mil barris diários, pelos cálculos da estatal.
A Petrobras, que detém 91,2% da produção de petróleo e gás natural do país, estima que a produção suba entre 3% e 5% este ano no estado. O incremento é considerado alto por Luiz Ferradans Mato, gerente geral da unidade de operações de exploração e produção do RN e Ceará. Segundo Ferradans, em entrevista à Tribuna do Norte em dezembro, a Petrobras investirá R$ 1,8 bilhão por ano no Rio Grande do Norte até 2015. O valor, segundo ele, pode aumentar com a descoberta de novas reservas.
“A Petrobras comprou cinco novas áreas em águas profundas no estado. As sondas começam a perfurar este ano. Se as jazidas tiverem viabilidade econômica, viveremos um novo boom na atividade petrolífera no RN”, afirma Doryan Filgueira, da Redepetro. A cadeia do petróleo gera cerca de 30 mil empregos, entre diretos e indiretos no estado atualmente.

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