Grande Natal: 900 Mil Deslocamentos Diários Para Trabalho e/ou Escola
2 de maio de 2012
O censo demográfico de 2010 fez uma levantamento dos deslocamentos diários das pessoas para trabalho e estudo. Além de levantar o tempo habitual desses deslocamentos, o IBGE investigou também a ocorrência de movimentos diários de trabalho e estudo entre diferentes municípios.
Dia normal no bairro do Alecrim, região central de Natal. (foto: Canindé Soares)
Com o crescente fenômeno da metropolização, os deslocamento entre municípios para trabalhar e/ou estudar e o tempo desses deslocamentos ganham cada vez mais importância no cotidiano das pessoas e na definição de políticas públicas, sobretudo na questão da mobilidade urbana e na questão do transporte público.
Esse fenômeno também está presente no RN através da crescente conurbação no entorno da capital potiguar, sobretudo entre os municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante (SGA) e Macaíba.
Na Região Metropolitana de Natal (RMN) os deslocamentos diários para trabalho e/ou estudo envolve um total de 908,5 mil pessoas (eventualmente uma pessoa pode se deslocar para trabalhar e também para estudar, nesse caso nessa nossa tabela ele está sendo contado duas vezes).
Desses deslocamentos, 460 mil são para o trabalho e outros 448 mil para estudo. Em termos de movimento pendular diário entre municípios, diariamente ocorrem na RMN 146 mil movimentos, sendo 102 mil para trabalho e 44 mil para estudos.
Parte considerável dos movimentos para trabalho e estudo na RMN se concentra nos três maiores municípios da Região: Natal, Parnamirim e são Gonçalo do Amarante.
Para efeito dessa tabela consideramos como deslocamentos para trabalho no município o número de pessoas que exerciam alguma ocupação fora do seu domicílio mas no município em que residia.
Uma abertura dessas dados demonstra que, no que diz respeito ao deslocamento para o trabalho, os dados mais expressivos aparecem em São Gonçalo do Amarante. Naquele município mais de 50% das pessoas ocupadas exerciam suas atividades em outro município. Em Extremoz e Parnamirim deslocamento para o trabalho em outro município atingiam mais de 40% da população ocupada.
No caso de deslocamento para estudo a situação mais acentuada é em Parnamirim, onde aproximadamente 30% dos seus estudantes estudam em outro município.
Em termos de duração dos deslocamentos cerca de 40% dos trabalhadores da RMN levam mais de meia hora no trajeto diário de casa para o trabalho.
Em Extremoz 11% dos trabalhadores levam mais de uma hora para se deslocar para o trabalho, em Ceará-Mirim 9,37% e em São Gonçalo do Amarante 9,33%. Se considerarmos a ida e a volta dessas pessoas, podemos concluir que nesses municípios cerca de 10% dos trabalhadores perdem duas horas diárias apenas nos seus trajetos casa-trabalho-casa.
Em SGA aproximadamente 50% dos deslocamentos diários para o trabalho duram mais de meia hora. Em Natal esse número é de 41% , em Parnamirim 36% e em Ceará-Mirim 33%.
Todos esses dados, sobretudo a informação de que diariamente ocorrem 750 mil deslocamentos para trabalho e escola somente nos municípios de Natal, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante; que desses 750 mil deslocamentos nessas três cidades, 111 mil acontecem para outros municípios, reforça a importância da discussão da gestão metropolitana, da mobilidade urbana e da questão do transporte público.
Essas questões dizem respeito direto à qualidade de vida dos cidadãos que residem nesses municípios. Apenas à título de ilustração, diariamente na RMN cerca de 36 mil trabalhadores demoram mais de uma hora para fazerem seus trajetos de casa para o trabalho. São no mínimo 2 horas diárias que eles desperdiçam no trânsito.
Esse é um problema que se tornará, com o passar do tempo, cada vez mais presente na nossa vida cotidiana.
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