A construtora OAS, responsável pela construção, operação e gestão do estádio Arena das Dunas, pediu na última terça-feira (31) à Justiça do Estado de São Paulo a recuperação judicial de nove de suas empresas. Segundo o comunicado divulgado à imprensa, “a iniciativa foi o melhor caminho encontrado para renegociar suas dívidas com credores e fornecedores diante da intensa restrição de crédito verificada desde o final do ano passado”.
Com o pedido de recuperação judicial, a empresa busca garantir proteção da Justiça para renegociar suas dívidas e valores de pagamentos a credores. Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras, a empresa OAS pretende concentrar os esforços na área de construção pesada e venderá ativos para “para dar segurança aos investidores de que não correrão risco de ter seu negócio contestado na Justiça pelos credores da OAS”.
Serão colocados à venda: a participação da OAS S.A. na Invepar (24,44% do negócio), a fatia no Estaleiro Enseada (17,5%), a OAS Empreendimentos (80%), a OAS Soluções Ambientais (100%), a OAS Óleo e Gás (61%) e a OAS Defesa (100%), além da Arena Fonte Nova (50%), em Salvador (BA), e a Arena das Dunas (100%), em Natal (RN).
Desde o final do ano passado, a empresa tem dado o calote em credores de sua dívida. Por isso, foi rebaixada pelas agências de classificação de risco à categoria “junk”, isto é, os investidores que compraram títulos da empresa correm sério risco de não receberem de volta os rendimentos.
Governo do RN não foi avisado sobre venda
A OAS e o Governo do Estado firmaram uma Parceria Público Privada (PPP) para a construção do estádio utilizado na Copa do Mundo de 2014. A assessoria de comunicação do Executivo Estadual esclareceu em nota que não foi informado oficialmente sobre a negociação da Arena das Dunas até a noite desta terça.
“Tão logo seja comunicado, o documento será submetido ao setor jurídico para apreciação e posterior divulgação dos procedimentos a serem adotados pelo governo do Rio Grande do Norte”, diz a nota.
No contrato assinado com o governo e a construtora ficou responsável pela construção, gestão e operação da arena multiuso pelo período de 20 anos.