Saiu na Tribuna do Norte:

Nadjara Martins
Repórter

O Rio Grande do Norte é o 21º entre os estados brasileiros e o 7º do nordeste no desenvolvimento de ambiente de negócios favorável. Dentre os fatores que mais pesam na perda de competitividade do estado, segundo levantamento feito pelo Centro de Lideranças Públicas em 2012, estão inovação, recursos humanos e sustentabilidade. Em infraestrutura e ambiente econômico, o RN está a frente de outros estados do Nordeste.

O levantamento é uma das bases de construção do programa Mais RN, lançado pela Federação da Indústria do RN (Fiern) e o Governo do Estado neste ano. O programa traça diretrizes para o desenvolvimento de uma política industrial para o estado. E não só isso: traça quatro possíveis cenários para o estado nos próximos 20 anos, dependendo das políticas que forem ou não adotadas. Segundo estudo contratado pela Fiern com a consultoria Macroplan, o RN tem potencial para dobrar a capacidade de investimento se aumentar diminuir a despesa líquida corrente em 1% ao ano.

Segundo o economista Marcos César Formiga, coordenador do programa Mais RN, o RN tem potencial para crescer: energia eólica, solar, exploração de minérios como ouro e esmeralda, petróleo offshore são apenas algumas das 403 oportunidades de negócio disponíveis, mas que precisam de investimentos em infraestrutura para o desenvolvimento. Hoje, o Governo do Estado destina pouco mais de 1% do orçamento a investimentos – cerca de R$ 400 milhões.

Seminários Motores do Desenvolvimento com tema ‘Mais RN’ ocorrerá no próximo dia 1º de dezembro, no auditório da Fiern. Inscrições são gratuitas. (Foto: Adriano Abreu)

As oportunidades foram identificadas por meio de um estudo feito pela consultoria Macroplan, contratado pela Fiern com o apoio de 13 empresas do estado, com custo de R$ 2,5 milhões. O estudo também traça as principais carências do estado para atração de investidores: carência da infraestrutura de rodovias, portos e aeroportos; burocracia no licenciamento ambiental; escassez de mão de obra qualificada; baixa quantidade de incentivos fiscais ineficiência no setor público.

Para o economista Marcos César Formiga, coordenador do Mais RN, a atração de investimentos não está garantida apenas com a ampliação de infraestrutura. Outros fatores também pesam: “Há o ambiente amigável, de ter um governador parceiro que ajude, não que crie dificuldade. É uma facilidade que o empresário tem para acontecer um negócio”, defende. Sem esses inventivos, segundo Formiga, é fácil perder indústria para estados vizinhos, como Pernambuco e Ceará.

O diretor da empresa Macroplan, Cláudio Porto, explica que o mapeamento das oportunidades de negócio ajudarão aos futuros governantes a identificar o que pode ser investimento pelo o Estado e o que cabe ser aplicado pela iniciativa privada, via Parceria Público Privada (PPP).

“Isso quer dizer que você aproveita o que o RN tem de mais vantajoso em relação aos outros estados; o que o estado produz e permite o aumento do valor agregado; oportunidades que hoje existem, mas que ainda não foram implantadas em sua plenitude e estimula aquelas oportunidades já consolidadas – como o sal – a ganharem mais valor agregado”, explica. A expectativa é finalizar o refinamento das oportunidades em 30 dias, criando duas “carteiras de negócios”, pública e privada.

Além disso, a última etapa seria a criação de uma organização sem fins lucrativos denominada Investe RN. “Seria uma agência especializada em busca de investimentos, e o modelo que melhor existe no país é o do Investe SP”, acrescenta.

Programação
Seminário do próximo dia 1º de dezembro

9h- Pronunciamentos
– Presidente da Federação da Indústria do RN, Amaro Sales de Araújo
– Presidente da Fecomercio/RN, Marcelo Fernandes de Queiroz
– Reitora da UFRN, Ângela Paiva Cruz
– Prefeito da Cidade do Natal, Carlos Eduardo Alves
– Governadora do Estado do RN, Rosalba Ciarlini

9h45 – Palestra “Investimentos necessários e oportunidades de negócios no Rio Grande do Norte: onde queremos chegar”
Palestrante: Cláudio Porto, economista

11h15 – Debate com palestrantes e perguntas da platéia
Mediador: Amaro Sales, presidente da Fiern

12h – Palestra Magna “A economia nacional: perspectivas econômicas para o Brasil 2015-2018”
Palestrante: Armando Castelar, economista

Quem são os palestrantes
Cláudio Porto
Diretor-presidente e fundador da Macroplan. Economista. Consultor há mais de 40 anos em construção e análise de cenários, estratégia e gestão para governos e empresas.

Armando Castelar
Economista formado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura, é professor da UFRJ. Foi Chefe do Departamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Especialista em instituições financeiras e em economia do Judiciário, e é articulista dos jornais Correio Braziliense e Valor Econômico.

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