Querido Focinho

Neli Terra é jornalista dos setores jurídico e energético (renováveis, O&G), apresentadora e diretora de TV, mãe, madrasta, esposa, filha, irmã. Gaúcha. Movida por desafios.Andarilha por natureza. Apaixonada pelos animais, sonha com um mundo onde todos convivam com respeito e harmonia.

Manifesto do PMDB contesta líder da bancada, Henrique Alves(RN) e vice-presidente da República, Michel Temer

7 de março de 2012

Mais que um ataque à presidente Dilma Rousseff, o manifesto divulgado ontem por 53 dos 76 deputados do PMDB significa, na prática, uma contestação ao líder da bancada, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), e uma advertência ao vice-presidente da República, Michel Temer, sobre a insatisfação dos pemedebistas com sua atuação no governo na defesa dos interesses partidários.

O manifesto dos deputados acusa o governo de tentar fortalecer o PT, nas próximas eleições, em detrimento dos demais partidos da base. Trata-se de um sentimento generalizado no partido, mas vários outros motivos levaram os deputados a assinar o documento. O movimento surgiu fora das instâncias de direção do PMDB e reflete também o desejo de renovação de comando.

A crise no PMDB preocupou a cúpula do PT. O levante na Câmara levou alguns dirigentes petistas a defender que a presidente Dilma prestigie mais o vice-presidente da República. A estabilidade nas relações entre as duas siglas assegura a tramitação mais tranquila para os projetos de interesse do governo na Câmara. Entre esses dirigentes está o próprio presidente do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP).

O argumento de Rui e outros petistas é que o PMDB tem se mostrado um aliado fiel nas votações. Na sessão que aprovou a lei que muda o regime previdenciário dos servidores públicos os pemedebistas foram mais governistas que o próprio PT. A defecção foi grande em outros partidos da base, como o PDT e o PSB.

A falta de prestígio de Temer é uma das principais reclamações da bancada de deputados. Tendo indicado o vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, o PMDB esperava fazer um “up grade” em relação ao governo Lula, mas o que ocorreu foi exatamente o contrário: a sigla ficou sem “ministérios operacionais”, como eram, por exemplo, Integração Nacional e Saúde, pastas que no atual governo foram entregues ao PSB e ao PT.

Em relação ao líder Henrique Alves, as críticas são de que ele parece querer sacrificar o próprio partido em nome de sua eleição para presidente da Câmara, em 2013. Prova disso seria a disposição do líder de abrir mão de cargos do PMDB na Câmara para abrigar o recém-criado PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Mais “espaço e prestígio” é uma reivindicação de todos os segmentos, mas há quem queira resgatar a imagem que o PMDB tinha quando era oposição aos governos militares e até uma boa parte que concorda com iniciativas de Dilma para esterilizar áreas do partido comprometidas com “contrabando” de emendas em medidas provisórias ou no uso suspeito de diretorias de empresas estatais.

O movimento surgiu à revelia de Temer e Henrique Alves, mas o deputado Eduardo Cunha (RJ), ligado aos dois, assinou o manifesto. A intenção inicial dos idealizadores do manifesto era não pedir a assinatura de Cunha, mas eles não tiveram como evitar quando o deputado se apresentou para rabiscar seu jamegão e com isso dar o “aval” de Temer e Henrique ao documento.

Os 26 deputados federais que se reuniram ontem com Michel Temer saíram do encontro com a promessa de intermediação e aproximação com o Planalto em busca de formas para aumentar a visibilidade da legenda nas realizações do governo. Os deputados entregaram a Temer o manifesto assinado por 53 dos 76 parlamentares da Câmara contra o que chamaram de “hegemonia” do PT nas relações com o governo federal.

O PMDB decidiu marcar para 17 de maio um encontro nacional das bases do partido, em Brasília, que reunirá candidatos, vereadores, prefeitos, governadores e parlamentares. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), informou que será uma oportunidade de a legenda “definir as bandeiras que vai assumir nacionalmente”. Espera-se que, até lá, o clima já tenha esfriado na bancada.

Além disso, Temer garantiu aos deputados que incluirá em sua agenda eventos para apoiar os correligionários nos Estados. O vice-presidente também comprometeu-se a marcar uma reunião das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO) e os líderes Henrique Alves e Renan Calheiros (AL), do Senado, para encaminhar as principais demandas dos parlamentares

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