SustentHabilidade

Jean-Paul Prates é advogado e economista. Especialista em energias e recursos naturais. Foi secretário estadual de energia do RN (2007-2010). Senador-Suplente de Fátima Bezerra (RN). Presidente do CERNE e do SEERN. Trabalha e investe em projetos relacionados a energia renovável, petróleo/gás, infra-estrutura e sustentabilidade. LinkedIn: jpprates.

Mídias digitais vão exigir mais profissionalismo e criatividade para fidelizar o leitor

18 de março de 2014

Electronic devices

Pouca gente sabe aqui no RN mas, entre outras atribuições, eu tb sou editor-chefe de uma das principais publicações  internacionais da indústria do petróleo – o Oil & Gas Journal Latinoamerica (que agora passa a se chamar Petroleo Latino). E neste mercado está havendo uma grande revolução por conta da dominância cada vez maior das mídias digitais.

Antes, a estrutura típica de um veículo impresso (jornal ou revista) oscilava – grosso modo – em torno da seguinte proporção: 1/3 para distribuição (correio e envelopagem/etiquetagem), 1/3 para layout e gráfica e 1/3 para contéudo editorial (ou seja, para pagar jornalistas, fotógrafos, editores etc.). Havia também uma certa “ordem de grandeza” de mercado para o preço de um anúncio impresso (página inteira, meia-página) em grandes veículos. O mercado tinha uma certa dimensão e um só sentido: publicidade e assinaturas custeavam conteúdo, mídia e logística.

Com o advento da rede digital (internet, web, redes sociais) que hoje liga a maioria dos cidadãos economicamente autônomos no mundo, portanto, consumidores de mídia crítica, a relação de custeio disso tudo mudou muito. De um lado, anunciantes (patrocinadores) já não enxergam o mesmo poder e exclusividade em alguns grandes veículos (à exceção da TV, onde UM canal principal mais três ou quatro concorrentes ainda detêm certo poder de imposição de preços). Mas a maioria das mídias tradicionais (especialmente impressas) perdeu muita audiência nos seus canais convencionais – revistas, jornais e até rádio e Tv mesmo. E o processo só se acelera e se intensifica quando se fala das novas gerações, que não querem nem saber de web pelo computador (preferindo os tablets e iphones), que dirá de jornais impressos.

Então é o seguinte: apesar de muita gente ainda duvidar, o certo é que dentro de (não mais décadas) mas alguns anos, jornal e revista estarão senão extintos pelo menos muito diferentes da atual configuração comercial que têm hoje.

Uma vez que a principal audiência (principalmente de assinantes) deverá ser digital, o terço de custos de distribuição já será bem reduzido (restringindo-se às tarifas de agenciamento das lojinhas virtuais). E o terço dos custos com gráficas assim como o velho dilema da diagramação e das limitações de espaço, também.

Pergunta o anunciante: porque irei pagar o mesmo preço pela publicidade? Resposta desejável para quem trabalha com produção de conteúdo editorial: por que eu vou reinvestir o que eu gastava em gráfica e correio para incrementar os salários e a equipe de jornalistas e fotógrafos, por exemplo.

Ou seja, tanto o anunciante quanto principalmente o leitor deveriam ganhar muito com as mídias digitais. É só pensar na limitação de espaço, por exemplo: numa matéria em iPad, o editor pode utilizar 10 fotos ao invés de uma ou duas, para ilustrar uma matéria importante. Pode colocar vídeos e áudio com entrevistas, pode até documentar a matéria com filmagens completas! Ou seja, o profissionalismo nas mídias digitais tem que ser muito maior para atrair público. A criatividade também.

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