A ausência de um gestor à frente da Secretaria Estadual de Turismo (Setur) tem gerado insatisfações entre os profissionais que atuam na cadeia turística. A lacuna já teria prejudicado a classe dos bugueiros e guias de turismo, que não têm conseguido fazer ou renovar seus cadastros nem obter a licença para atuar e fazer passeios.
De acordo com Daniel de Almeida, que é bugueiro e guia de turismo, já faz alguns meses – pelo menos 90 dias – que os profissionais da área não conseguem resolver nada na secretaria.
“Ninguém consegue fazer o emplacamento de carros. Para desempenhar a atividade de bugueiro, preciso transferir para a categoria de aluguel, que usa placa vermelha. Sem a legalização da Secretaria de Turismo, não consigo essa transferência no Detran, não conseguimos legalizar nada”, relata ele.
Daniel também ressalta que caso seja pego com a credencial atrasada, é multado como infração gravíssima, e terá que pagar R$ 180 em multa, além de perder a sua credencial. “Meu medo é ser parado numa blitz, e se for dizer ao guarda que não consegui renovar, ele não vai acreditar. Também não consigo usar o meu carro, porque não consigo renovar a minha placa”, conta. Os prejuízos são incomensuráveis para os trabalhadores, que não possuem outro meio de obter renda.
“Estamos quase passando fome porque não conseguimos uma maneira legalizada de trabalhar. Estou sem trabalhar, sem condições de exercer minha profissão, por não conseguir legalizar meu carro. Além do movimento ser pequeno nessa época, temos que pagar uma série de taxas, num contrato feito em cartório para arrendar uma placa, a secretaria tem que dar um laudo para fazer a inspeção”, reclama o bugueiro. “As contas chegam e a gente tem que pagar”, lamenta, calculando que já perdeu mais de R$ 6 mil reais neste período.
Por sua vez, o coordenador do cadastramento de bugueiros da Secretaria de Turismo do estado, Chudileigue Bezerra, confirma que o sistema – chamado BuggyTurismo – está realmente fora do ar. Entretanto, ele argumenta que faz apenas de 15 a 20 dias, e se trata de um problema com a empresa desenvolvedora do sistema. “Não temos como atender porque todos os processos são eletrônicos e agora, não temos acesso ao sistema”, assume.
Para que os profissionais não fossem penalizados, Chudileigue informa que a pasta baixou uma portaria há cerca de 15 dias suspendendo os prazos para renovação das credenciais e credenciamento dos veículos, assim como a fiscalização punitiva, até que se resolva a situação.
Por enquanto, não há perspectivas de retorno do funcionamento do sistema. “É preciso um entendimento entre a empresa desenvolvedora do sistema e a Secretaria de Turismo”, aponta o coordenador.
Já o secretário adjunto, Luís Eduardo Tinoco, disse que o problema estará resolvido até o começo da próxima semana. Nas suas palavras, o percalço se deu por problemas técnicos no sistema, que não estaria atendendo uma quantidade pequena de bugueiros. “São apenas seis casos, mas eles estão sem trabalhar, então entendo a dificuldade deles”, admite o gestor.
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