Notícia publicada no Novo Jornal:
A exemplo do que acontece no interior do Estado, os beneficiários do Bolsa Família na capital, onde quase 49,5 mil famílias recebem o dinheiro – o maior contingente entre todos os municípios norte-rio-grandenses –, também aplicam o dinheiro principalmente na compra de produtos alimentícios.
Moradora do bairro das Rocas, Mara Luana Azevedo está desempregada desde que sua filha mais nova nasceu com problemas cardíacos, há seis anos. “Eu era doméstica e tive que sair. É um dinheirinho bom, que eu uso pra comprar comida”, diz a desempregada de 26 anos, que declarou receber R$ 34 reais.
Mara reside nas Rocas desde que nasceu. Mora com a mãe, a aposentada Verônica Ferreira. Mãe de duas filhas, relata que o que pode parecer pouco para tanta gente, para ela representa uma segurança. “Eu sei que todo mês vou ter o dinheiro. Parece pouco mas não é pra mim”, diz. “E o que você pode comprar agora que não podia antes?”, pergunta o repórter. “Comida, moço. Já passei tempos difíceis. Posso comprar comida”, diz orgulhosa.
Na comunidade do Maruim, na zona portuária, a dona de casa Maria Lúcia de Souza (49) mora com seis filhos numa casa de três cômodos. Recebe R$ 344. “Olhe em volta [esgoto a céu aberto e lixo nas ruas]! Um dinheiro desse na vida de quem tá nessas condições aqui é uma benção”, diz enquanto passa o braço na testa para tirar o excesso de suor.
Na família, só uma filha trabalha. Uma segunda está na escola e os demais não têm renda fixa. “Não sei o que faria sem o dinheiro”, diz quando questionada sobre a possibilidade de deixar o programa, no qual estima estar desde o começo.
Mas, nenhuma situação foi tão tocante quando a da aposentada Josefa de Freitas Barreto (61). Acometida por uma série de problemas de saúde, a moradora de Mãe Luíza aplicava “Os cento e tantos reais”, como se recorda, para a compra de seus medicamentos. Ela padece de distúrbios ligados ao colesterol, diabetes e pressão.
“Eu usava o dinheiro para comprar meus remédios. Uma vez ou outra comprava comida, mas era mais pros remédios mesmo. Agora tô num aperto grande, meu filho”, diz a aposentada. Viúva, ela mora com dois filhos e teve o benefício cortado há quatro meses por problemas cadastrais. “Já fui tentar resolver isso quatro vezes e até agora nada”, lamenta.
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