SOMENTE 37,5% DOS aumentos salariais no Rio Grande do Norte foram maiores do que a inflação em 2011. O índice é bem menor do apresentado pela média nacional, que chegou a 90%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para a entidade, principais causas foram o aumento da inflação e diminuição do crescimento econômico. O número também é inferior às médias observadas nos anos de 2009 e 2010 no estado, com
aumentos reais em mais de 68% das 16 unidades de negociação salarial pesquisadas. Para o economista-chefe do Instituto Brasileiro de Geograi a e Estatística (IBGE-RN), Aldemir Freire, o dado reforça as informações recentes sobre a geração de empregos no estado, em desaceleração. “A indústria têxtil, por exemplo, está demitindo fortemente. Fica difícil para um sidicato ter poder de barganha com essa conjuntura”, disse Freire. Segundo o Dieese, o índice de 37,5% é a menor proporção de unidades de negociação com reajustes acima do INPC desde 2008.
Analisando por setores, em 2011 houve um aumento na proporção de reajustes acima da inflação no comércio e uma diminuição na indústria. O setor de serviços sofreu uma queda brusca, passando de 85,7% para 14,3%, 2011.
“O resultado pode ser explicado, em parte, pela elevação do patamar inflacionário em 2011 e, em certa medida, pela desaceleração do crescimento econômico, observado principalmente nos dois últimos trimestres do ano. Ainda assim, chama atenção o fato de os resultados diferirem tanto do observado em 2010, o que revela a dificuldade das entidades sindicais potiguares em manter os patamares de ganhos em conjunturas menos favoráveis”, expressou o Dieese em seu comunicado.
Os analistas ainda afirmaram que os ganhos reais conquistados pelas categorias acompanhadas pelo Dieese continuam abaixo da produtividade da economia brasileira.