– Em março passado, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto teve uma conversa reveladora com um de seus companheiros de cárcere. A situação de abandono do superburocrata petista, sentenciado a mais de 24 anos de prisão e com pelo menos outras quatro condenações a caminho, fez o interlocutor perguntar se ele não considerava a hipótese de tentar um acordo de delação com a Justiça. Conhecido pelo temperamento fechado, que lhe rendeu o apelido de “Padre” nos tempos de militância sindical, Vaccari respondeu como se já tivesse pensado muito sobre o assunto: “Não posso delatar porque sou um fundador do partido. Se eu falar, entrego a alma do PT. E tem mais: o pessoal da CUT me mata assim que eu botar a cara na rua”.
É assim que começa o texto da revista Veja deste fim de semana que leva o título de “O fim do Omertà” – Omertà (do latim humilitas; “humildade”) é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do Sul da Itália – sobre a possibilidade de Vaccari Neto pedir a delação premiada na Lava jato. A fonte da Veja: os companheiros de cárcere. Como a publicação tem acessos a estas informações não é difícil de saber.
Certamente a reportagem não foi manchete porque a revista deve ter tido vergonha de colocar para os seus leitores uma fonte ou fontes sem credibilidade. E se é que as informações partiram mesmo de companheiros de cárcere de Vaccari. Fica a dúvida. E se realmente partiram como a publicação teve acesso?
Lembram do “japonês da Federal”, que hoje está usando uma tornozeleira por ter sido condenado em operações escusas de contrabando? Então, ele foi denunciado pelo ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido) por passar informações à imprensa – leia-se Veja – sobre as delações seletivas que envolviam somente o PT. Semana sim outra sim a revista publicava reportagens “bombásticas” sobre a Lava Jato com o pessoal do PT. Agora já se sabe de que forma as informações chegavam à Redação da Veja. Será que o japona passava as informações gratuitamente ou cobrava por elas?
Pois é, como o japona não pode mais passar informações a Veja, ao que parece agora descobriu novas fontes. Companheiros de cadeia de Vaccari, porque as manchetes espetaculosas da revista desapareceram após descobrirem que o japonês da Federal, agora sob coleira, foi acusado de vazar delações.
Mas a Veja não se cansa. O grande sonho de consumo de sua Redação é ver Lula atrás das grades. Veja, sem trocadilhos, o que o colunista Augusto Nunes disse:
– Olha o camburão! Ganha força a candidatura de Lula a xerife de cadeia.
Mas, veja – lá vou eu repetindo essa palavra novamente – o que afirma o professor Wanderley Guillher dos Santos no blog Segunda Opinião:
– Um fantasma assombra Curitiba: o fantasma da inocência. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva desafiam todos os órgãos brasileiros de investigação a encontrar evidências comprometedoras da moral pública de ambos. Há ano e meio os executivos da Lava-Jato prometem, insinuam, ameaçam, tentam intimidar, prendem e deixam pessoas incomunicáveis, interrogam, denunciam e sentenciam. Nada. Os repórteres por assim dizer investigativos dos boletins da oposição arrancam os cabelos ao invés de furos, bem como os canais de televisão, difusores de jornalismo fantástico, eliminaram o intervalo entre as novelas e os noticiários: é tudo ficção. Nada. Confira todo o texto clicando aqui
E só para concluir: em 2009, o então presidente Lula quis tornar crime de corrupção em hediondo, não conseguiu. Em 2015, a presidenta Dilma enviou ao Congresso Nacional um pacote anticorrupção, mas até hoje está parado no Congresso.
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