Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Para jornal, Henrique não basta ser. É preciso parecer

28 de agosto de 2015

Não faço jornalismo com ilações ou suposições, nem costumo dar crédito a esse tipo de coisa. Mas, fato é que o nome do ministro Henrique Alves [Turismo] voltou a ocupar as páginas da Folha de S. Paulo. Desta feita o jornal paulistano diz o seguinte:

Apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, indicou para integrantes do Ministério Público Federal que pode entregar informações sobre a suposta participação de três figuras de peso do partido nos desvios de recursos da estatal.

A Folha apurou que ele citou os nomes do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (RN), e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Pois é, caro leitor. Veja que em janeiro deste ano, a própria Folha dizia o seguinte:

Investigadores que atuam na Lava Jato também entendem que o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, deverá se livrar das investigações do caso em fevereiro.

Conforme a Folha apurou, são considerados fracos os indícios contra Alves, contra quem não deve haver nem um pedido de abertura de inquérito para analisar suposta ligação com o esquema de desvio de recursos da Petrobras e lavagem de dinheiro.

Sem investigação, ele terá o caminho aberto para assumir um ministério no governo Dilma Ruosseff, provavelmente a pasta do Turismo.

Deputado que não disputou a reeleição, Henrique Alves informou publicamente ter pedido aos seus correligionários que não trabalhassem para ele assumir uma cadeira na Esplanada até que ficasse claro que o peemedebista não estava entre os alvos da Operação Lava Jato.

De fato Henrique Alves assumiu o Ministério do Turismo. Ou seja, os repórteres da Folha, me parece, andam com as suas apurações distorcidas. Em janeiro Henrique Alves, segundo o jornal, não tinha motivos para ser investigado no petrolão, pois que eram considerados fracos os indícios contra a sua pessoa.

Mas, agora, de acordo com a própria Folha, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, teria indicado para integrantes do MPF que pode entregar informações sobre a suposta participação de Henrique Alves nos desvios de recursos da estatal.

Pelas apurações distorcidas de um mesmo assunto, o ministro Henrique Alves terá que provar a Folha que, não basta ser correto, é preciso parecer.

A conferir!

 

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