Pequenos negócios buscam avançar em sustentabilidade

22 de dezembro de 2014

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Renata Moura e Cledivânia Pereira
Repórteres e editoras

O que há em comum entre o cultivo de alface, uma pintura de cabelo, o recolhimento de entulho de construção civil, a produção de refeições e a venda de bolsas de grifes? Aparentemente, nada. Mas a resposta correta para essa pergunta está em uma palavra já muito comentada, mas com conceito ainda pouco conhecido e aplicado: sustentabilidade. As atividades citadas acima são nichos de mercado de pequenas empresas potiguares que estão implantando ações sustentáveis nos negócios. E a preocupação delas não é apenas com a preservação do meio ambiente, mas se tornarem competitivas em seus setores e expandir o  campo de atuação.

A tendência de dar a mão à sustentabilidade ambiental para garantir a viabilidade e competitividade econômica já se traduz em números no Rio Grande do Norte. Em 2013, 9% dos projetos orientados pelo SEBRAEtec no estado eram na área de sustentabilidade. Este ano, o percentual triplicou, atingindo 27%, o maior índice entre as áreas atendidas.

Os números refletem consultorias ou capacitações tecnológicas já concluídas ou que ainda estão em execução no programa, por meio do qual o Sebrae subsidia 80% da consultoria e o cliente dá contrapartida de 20%.  Só este ano, os subsídios somaram  R$  4,24 milhões, R$ 700 mil dos quais destinados a projetos de sustentabilidade. Foram 229 consultorias para projetos de licenciamento ambiental, gestão sustentável, saúde e segurança no trabalho e certificações.

Minhocas simbolizam solo revitalizado em horta orgânica: Produção abre novos horizontes no RN. (Foto: Cledivânia Pereira)

Minhocas simbolizam solo revitalizado em horta orgânica: Produção abre novos horizontes no RN. (Foto: Cledivânia Pereira)

Para 2015, a previsão é que o investimento total no programa chegue a R$ 5,5 milhões.

“O crescimento (no índice de empresas que buscaram orientação na área de sustentabilidade) comprova que a nossa estratégia está com o foco certo. São dois os motivos do crescimento: o resultado das ações de desmistificação e sensibilização desenvolvidas para a temática nos pequenos negócios e as exigências adotadas através de normas por parte das agências reguladoras e órgãos de controle”, analisa o gerente da Unidade de Tecnologia e Inovação do Sebrae-RN, João Bosco Freire Cabral.

Não há dados precisos sobre gestões de negócios que efetivamente trabalhem guiados pelos conceitos de sustentabilidade no País, mas há algumas definições sobre o tema que parecem unânimes. Um deles é o da importância das pequenas e micro empresas nessa agenda.

Conhecimento

Em 2013, o Sebrae Nacional realizou pesquisa com mais de dois mil pequenos empresários em todos os estados do Brasil para aferir o grau de conhecimento desse público no conceito.  No geral, o estudo concluiu que o tema é desconhecido, pouco aplicado na gestão e ainda visto como custo. Mas há dados bem animadores: seis em cada dez empresários ouvidos vêem na sustentabilidade uma oportunidade de ganhos para sua empresa e 77,6% atribuem elevada importância para as questões do meio ambiente.

“As pequenas e micro empresas têm facilidade por serem mais ágeis, porque as mudanças necessárias para a implantação de ações e processos sustentáveis na gestão dependem, basicamente, de uma decisão do dono da empresa. Isso é um fato positivo e que pode impulsionar todo o processo”, analisa Ricardo Voltolini, diretor da consultoria Ideias Sustentáveis e criador da Plataforma Liderança Sustentável, movimento nacional que reúne 30 presidentes de empresas em torno do desafio de inspirar e educar jovens líderes com foco em gestão sustentável.

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