Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Perdeu Temer!

14 de dezembro de 2016

Se alguma dúvida ainda existia ou até mesmo falta de credibilidade na versão do ex-executivo da Odebrecht,  Cláudio Melo Filho, de que o PMDB recebeu um pagamento de R$ 10 milhões feito a pedido do presidente Michel Temer, agora não existe mais. O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou à força-tarefa da Lava Jato a versão do colega de empresa.

Marcelo começou a depor nesta semana em Curitiba, segundo a Folha de S. Paulo. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Justiça. De acordo com o empresário, o jantar no Palácio do Jaburu, realizado em maio de 2014, com a presença de Temer, então vice-presidente, e do hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, realmente aconteceu e nele foi fechado o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha do partido naquele ano.

Aliás, em março deste ano eu já havia cantado a bola. Em Editorial sob o sugestivo título “Marcelo Odebrecht, o verdadeiro homem-bomba´da República, este escriba dizia que o mundo político pode ser varrido se Marcelo Odebrecht resolver falar tudo o que sabe. Aí sim, não vai sobrar pedra sobre pedra. Trata-se de um arquivo vivo e muita gente deve tá com as barbas de molho. Seria, digamos, uma delação suprapartidária, não tenho a menor duvida disso. Contudo, eu dizia que achava difícil ele aceitar a delação premiada. Errei, confesso. O leitor que quiser conferir o que disse é só clicar aqui.

Fato é que o presidente Michel Temer e o seu governo se vêem cada vez mais enrascados na Lava Jato. Além de alguns ministros já citados na Lava Jato, agora o assessor especial de Michel Temer no Palácio do Planalto, José Yunes, entregou nesta quarta-feira (14) sua carta de demissão à Presidência da República. Yunes foi citado na delação premiada de um executivo da Odebrecht e estava no cargo desde o início da gestão Temer. Ele é considerado um dos homens de confiança de Temer.

Nuvens sombrias rondam o Planalto, e não são de chuvas não. São de tempestades políticas envolvendo o governo e o Congresso Nacional. Temer está em maus lençóis e deve tá com muito medo do povo nas ruas. O castelo ruiu e o Rei está Nú.

É como bem disse o jornalista Josias de Souza:

“Temer poderia ter dado alta a Yunes há mais tempo. O risco de contágio ficou evidente há 17 dias, quando o juiz Sergio Moro vetou parte das perguntas que o preso Eduardo Cunha endereçara a Temer, arrolado por ele como testemunha de defesa.

Numa das questões vetadas pelo juiz da Lava Jato, Cunha perguntava se Yunes intermediara o recebimento de dinheiro para campanha de Temer ou para as arcas do PMDB. Se recebeu, foi “de forma oficial ou não declarada?”. A delação de Claudio Melo Filho mostrou que havia incêndio atrás da fumaça levantada por Cunha.

Moro rejeitara a pergunta de Cunha porque só o Supremo Tribunal Federal tem poderes para tratar de suspeitas relacionadas a Temer. “Não tem ainda este juízo competência para a realização, direta ou indiretamente, de investigações em relação ao Exmo. Sr. Presidente da República”, anotou o juiz da Lava Jato em seu despacho.

Perdeu Temer!

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