Petróleo encontrado na bacia potiguar é de boa qualidade

17 de março de 2014

Novo Jornal publica matéria sobre a descoberta de petróleo no Estado:

A Petrobras informou ontem que concluiu a perfuração do poço pioneiro localizado em águas profundas da Bacia Potiguar. Os resultados comprovaram a descoberta, já divulgada em 17 de dezembro de 2013, e trouxeram dados animadores acerca da viabilidade econômica do poço encontrado. Denominado informalmente de Pitu, o poço localiza-se em profundidade d’água de 1.731 metros, a uma distância de 55 km da costa do estado do Rio Grande do Norte.

Os dados publicados ontem pela Petrobras mostram que o poço Pitu deve ser considerado “promissor”, de acordo com especialistas ouvidos pelo NOVO JORNAL. Alguns dados técnicos embasam essa avaliação. Primeiro, por conta do tipo do óleo encontrado. Trata-se de um óleo “leve” (chamado de 24º. API), cujo valor de mercado é mais alto. Além disso, por conta de não ser muito viscoso, o petróleo encontrado pode ser retirado de forma mais fácil, com menos custos.

“É muito provável que seja um poço passível de exploração”, explica o diretor geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, Jean-Paul Prates. Como se sabe, apenas os poços com possibilidade de oferecer uma boa rentabilidade são explorados pela Petrobras. “O tom da nota é otimista. Se o poço não fosse promissor, sequer teria sido divulgado”, complementa.

Foto: site.crq12.org.br

Foto: site.crq12.org.br

Outro dado “promissor” é o tamanho da “coluna” de petróleo encontrado: 188 metros. A profundidade total do poço é de 5,3 mil metros. Ou seja, a sonda perfurou o poço até 5,3 mil metros e em 188 metros desse “caminho” havia petróleo. Trata-se de uma medida considerada alta. Contudo, para se ter ideia da capacidade real do poço é preciso fazer novos estudos, para determinar a área total capaz de ser explorada. Esse estudo, chamado de Plano de Avaliação de Descoberta deve ser submetido à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos próximos meses. “A Petrobras confirmou a existência do poço. Agora é preciso fazer um estudo econômico para determinar a sua viabilidade”, diz Jean-Paul.

Por fim, segundo a nota da Petrobras, “foi realizado teste de formação que confirmou as boas condições de permeabilidade e porosidade do reservatório”. Trata-se de mais uma evidência da viabilidade do poço em questão. “Permeável” e “poroso”, ele pode ser explorado de forma mais barata, já que a retirada do óleo é facilitada pelas condições naturais da área.

A Petrobras é a operadora da concessão do Poço Pitu, com 80% de participação, em consórcio com a empresa Petrogal Brasil S.A., que detém 20%. Em decorrência de processo de farm-out, em andamento, e depois de obtida as aprovações governamentais necessárias, a BP Energy do Brasil Ltda. se tornará concessionária e as participações das consorciadas serão dispostas da seguinte forma: Petrobras – 40% (operadora), BP Energy do Brasil Ltda. – 40% e Petrogal Brasil S.A – 20%.

NOVO CICLO
Caso os indícios animadores sejam comprovados, a exploração de petróleo em águas profundas no RN deve iniciar um novo ciclo para a atividade no Estado, na avaliação de Jean-Paul Prates, principalmente se existirem novas descobertas semelhantes no futuro. “Isso se aplica principalmente para a região entre Guamaré e Areia Branca. Pela localização, caso seja algo de boa dimensão, essas duas cidades devem ser usadas como pontos de apoio”, avalia.

Entre as mudanças possíveis, estão a chegada de novas empresas fornecedoras. Além disso, o novo mercado pode forçar que nos próximos anos se forme um panorama adicional de fornecedores locais. “A produção de petróleo em águas profundas pede uma logística de atendimento diferente. É possível termos mudanças no mercado que dá base a essa atividade”, projeta Prates.

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