Porto de Natal movimentará 90 mil contêineres com linha de cabotagem

28 de abril de 2014

Notícia publicada no portal No Ar:

O Porto de Natal é viável para a implantação da linha de cabotagem, a navegação entre portos marítimos do mesmo país. A informação foi constatada por um estudo de viabilidade técnica elaborado pela Agência Porto, contratada pela Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio). O resultado do estudo foi apresentado aos empresários nesta sexta-feira (25).

O consultor da empresa, Fabrizio Pierdomenico, explicou que o estudo focou na matriz origem-destino para saber se existe carga suficiente para aplicar a linha de cabotagem no porto potiguar.

“Pesquisamos o mercado, os níveis de nichos para viabilizar e quais seriam as empresas e as cargas. Buscamos os mercados potenciais, as áreas que o porto pode se tornar competitivo, quais os estados que tem vantagem do custo”, detalhou Fabrizio. O estudo durou cerca de quatro meses.

O estudo confirma viabilidade de aplicação da linha de cabotagem no Porto de Natal, mas investimentos precisam ser feitos. (Foto: www.copa2014.gov.br)

O estudo confirma viabilidade de aplicação da linha de cabotagem no Porto de Natal, mas investimentos precisam ser feitos. (Foto: www.copa2014.gov.br)

No estudo, a cabotagem só seria vantajoso para trajetos de no mínimo 1,5 mil quilômetro de distância do Porto de Natal. Nesse caso, o transporte seria feito entre os portos de Salvador, da região Norte, Sudeste e Sul. Para fazer esse transporte o Porto teria mais duas linhas marítimas.

Fabrizio Pierdomenico exemplificou com o transporte de arroz, onde o produto sairia do Rio Grande do Sul e viria direto para o Porto de Natal. “É muito melhor do que parar em Suape, em Pernambuco, como faz atualmente”, acrescentou. Saindo de Natal, Pierdomenico afirmou que os produtos âncoras seriam frutas, sal e têxtil.

Segundo a pesquisa, só com a cabotagem, seriam movimentados 500 contêineres por mês no Porto de Natal, número de carga demandada pelas empresas entrevistadas na pesquisa, além de outros 100 contêineres de transporte pontual, como pisos e cerâmicas, eletroeletrônicos, camarão congelado. A capacidade de movimentação do porto atualmente é de 45 mil contêineres, com a cabotagem duplicaria, chegando a 90 mil contêineres.

“Esses números de cargas já existem e justificam a implantação da linha de cabotagem. São números que apresentam a viabilidade para se aplicar este ano. O exportador terá menor custo de transporte”, garantiu Fabrizio.

Para a linha de cabotagem ser de fato aplicada, o consultor aponta a necessidade de investimentos públicos, como a ampliação do berço e da retroárea do porto, e privados, a compra do MHC [Mobile Harbour Crane], que custa cerca US$ 4 milhões. O equipamento faz a colocação e retirada da carga do navio.

Além disso, ele apontou o trabalho conjunto entre Codern, Fiern e Fecomércio para buscar as cargas junto aos empresários.

“É um transporte moderno e eficiente para longas distâncias, um impacto totalmente positivo, social, ambiental e econômico, que traz grandes vantagens aos empresários. Agora tem um dever de casa para fazer, a Codern tem que ir atrás dos investimentos, a Fiern tem que convencer de fato as empresas que falaram que tem carga e consolidar as conversas com os armadores para trazer as linhas marítimas”, listou Fabrizio.

O diretor-presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, falou que a expectativa é que a linha seja implantada em breve no porto. Ele adiantou que uma empresa armadora, responsável pelo transporte da carga, está interessada em prestar o serviço.

“Na Intermodal, apresentamos a Log-In os primeiros números desse estudo e eles se interessaram em fazer a cabotagem no Porto. Os representantes da empresa estão vindo para cá dia 19 de maio para uma reunião. Acredito que ano final deste semestre ou início do próximo semestre a cabotagem estará em operação”, contou Pedro. A Intermodal que o presidente da Codern se referiu é a Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, que aconteceu no começo desse mês em São Paulo.

Pedro Terceiro de Melo comentou que a ampliação do porto está sendo trabalhada paralelamente. No projeto, serão retirados dois armazéns frigoríficos, a comunidade do Maruim e ampliação do berço 4, que totalizarão 20 mil metros. Com o novo espaço, a capacidade de contêineres passará de 50 mil para 150 mil.

Com a cabotagem, o diretor da Codern declarou que “as indústrias se tornariam mais competitivas pelo custo baixo do transporte” e por consequência, o produto chegaria mais barato à mesa do consumidor.

presidente da Fiern, Amaro Sales, é mais otimista e acredita que a cabotagem entrará em operação em 60 dias. Na análise de Sales, como há interesse de uma empresa em fazer a linha e existe a carga, não há nenhum empecilho.

“Existe o interesse da Log-In em fazer a linha e nessa visita a Natal vamos apresentar todo o estudo de viabilidade. As cargas existem, as empresas operam naturalmente os produtos e agora será bem melhor. São produtos de confecção, balas, tecelagem, existe uma gama de interesse para utilizar a cabotagem”, encerrou.

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