Principal hospital público de Natal recebeu apenas 2,28% da verba prevista

4 de setembro de 2012

Deu na editoria cotidiano do DN Online:

Após 60 dias do decreto de calamidade pública, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), em Natal, só recebeu cerca de R$ 100 mil dos R$ 4,390 milhões previstos no Plano de Enfrentamento de Urgências e Emergências do Governo do Estado – apenas 2,28% da verba prevista. O dinheiro serviria para a reforma do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, compra de equipamentos de emergência, custeio e manutenção da unidade de saúde, a maior do Estado e que nos últimos meses só acumula problemas. Na semana passada, a UTI cardiológica deixou de receber pacientes por decisão dos médicos, inconformados com a falta de medicamentos. Ontem, centenas de pacientes aguardavam cirurgias ortopédicas, 78 deles espalhados nos corredores, alguns deitados no chão.

Problemas se acumulam no hospital, novamente com os corredores lotados de pacientes a espera de cirurgias. (Fotos: Ana Amaral/DN/D.A Press)

A direção da unidade diz estar de mãos atadas e que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informa que a burocracia é grande para que a verba do SOS Emergências, por exemplo, chegue ao Walfredo. “A gente está esperando.Sabemos que outros hospitais já começaram as reformas, mas o nosso ainda infelizmente não. Esperamos que até o final dos 90 dias a verba chegue. Senão já teríamos desistido”, diz Fátima Pinheiro, diretora do HWG. Enquanto os problemas burocráticos não são resolvidos, a bola de neve de caos se acumula.

Quando a reportagem esteve no hospital, apenas um paciente estava internado na UTI cardiológica. A diretora-geral do hospital, Fátima Pinheiro, afirmou que a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) reabastece semanalmente a unidade. “Houve falta de alguns itens, mas a forma de abastecer é por semana. Na sexta-feira recebemos os insumos que faltavam para as cinco UTIs do Walfredo. Os médicos da UTI cardiológica disseram que só vão permitir entrada de novos pacientes se a gente garantir que não vai faltar os remédios. Só que não temos como garantir isso porque a demanda aqui é muito grande”, explica.

Com o fechamento dos seis leitos que ainda funcionam na UTI cardiológica (outros quatro foram desativadospor falta de pessoal), os

Diretora diz estar de mãos atadas e espera verba até o fim dos 90 dias. (Foto: Ana Amaral)

pacientes tiveram que ficar internados no pronto-socorro, junto com outros pacientes. Os médicos plantonistas dizem que a volta dos serviços está condicionada a reposição dos insumos e medicamento. “Os cardiologistas decidiram suspender as internações até que o governo faça o abastecimento. Não tenho como prever quando a situação estará normalizada”, afirma Francisco Braga, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern).

“Eu faço cirurgias de coluna. Temos um paciente lá em cima com duas vértebras quebradas e a cirurgia estava marcada para amanhã, depois de um mês esperando. Só que o prazo será novamente adiado porque não temos condições”, disse o neurocirurgião Zeigle Fernandes.

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