Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Que se faça uma limpeza ética no Brasil ampla, geral e irrestrita

7 de março de 2016

Como cidadão e jornalista gostaria, sinceramente, que o juiz federal Sérgio Moro fizesse uma limpeza ética neste país. Não uma limpeza ética apenas e tão somente midiática, como se observa, mas uma limpeza ética que fosse a fundo nos porões dos podres poderes, aí incluindo o Executivo, Legislativo e o próprio poder que ele representa, o Judiciário.

A Operação Lava Jato que ele comanda certamente é um bom momento pra isso. Contudo, tenho as minhas ressalvas. Não se pode fazer uma limpeza ética, sobretudo na política, Sr. Moro, visando tão somente um partido, no caso o PT. Corrupção existe neste país desde que Cabral desembarcou por aqui. E se o Brasil precisa de uma limpeza ética, como defende alguns falsos paladinos da moralidade, que seja agora ou nunca.

Investigar o ex-presidente Lula suspeito de envolvimento direto na Lava Jato, sem investigar também outros políticos da mesma forma suspeito de envolvimento no escândalo, como o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), por exemplo, cujo Supremo Tribunal Federal aceitou denúncia da Procuradoria Geral da República, não está sendo de bom vitre.

A Procuradoria Geral da República pediu ao Supremo abertura de inquérito para investigar o senador José Agripino  por suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O pedido da PGR é resultante de investigações da Operação Lava Jato, que apura desvio de recursos e corrupção na Petrobras. De acordo com o pedido, as investigações apontaram que o senador combinou pagamento de propina com executivos da OAS, uma das empreiteiras alvo da Lava Jato. O dinheiro teria sido desviado da obra do estádio Arena das Dunas, em Natal.

“Apesar de achar essa acusação absolutamente absurda, descabida e inverídica, eu me colocarei à disposição do Judiciário para promover os esclarecimentos que forem necessários”, declarou Agripino. “A OAS nega tais alegações”, informou a empresa por meio da assessoria em outubro do ano passado ao jornal O Globo.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo enfrenta uma série de acusações relacionadas ao esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. O STF abriu inquérito para investigar o presidente da Câmara.

Dados enviados pela Suíça à Procuradoria Geral da República comprovam que o peemedebista tem contas bancárias secretas no país europeu. A suspeita é de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Cunha nega todas as acusações.

Pois muito bem, caro leitor. Estou citando apenas dois exemplos para dizer que os casos são de conhecimento público, mas a imprensa não dá muito destaque. Agora mesmo, se esqueceu Cunha.

Daí repetir que gostaria, imensamente, que o juiz Sérgio Moro fizesse realmente uma limpeza ética na política brasileira, mas uma limpeza ampla, geral e irrestrita, e não buscasse apenas um bode expiatório como o que se está verificando.

Do contrário, vou repetir o que li num artigo publicado no blog do Luiz Nassif, ainda no ano passado, que dizia o seguinte:

– O problema com as cruzadas moralistas é bem simples, santarrões burros e medíocres muitas vezes custam mais caro ao país do que malandros inteligente e criativos. Na construção das grandes economias há mais barões ladrões do que abades mendicantes. É bom prestar atenção nas lições da História para não trocar seis por menos três.

A conferir!

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