Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

RN – Preço do leite registrou a 2ª pior queda do Brasil

28 de junho de 2012

Com 15,2% de baixa na aquisição de leite, o Rio Grande do Norte registrou a segunda pior queda do Brasil entre janeiro e março, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa trimestral sobre abate de animais, produção de leite, couro e ovos. O percentual de perdas, melhor apenas que o da Bahia (-15,3%), deve crescer ainda mais de acordo com o Sindicato das Indústrias de Laticínios do RN (Sindileite).

A expectativa se explica pelo agravamento da seca ter impactado mais fortemente a produção no período de abril a junho. (Foto: dfrural.wordpress.com)

De 17,5 milhões de litros de leite adquiridos no primeiro trimestre do ano passado, o número caiu para 14,9 milhões de litros. “Na próxima pesquisa o resultado deve ser muito pior, pois a partir de março os preços dos insumos começaram a disparar”, afirma o vice-presidente do Sindileite, Francisco Belarmino. Ele traça um paralelo com as perdas do Programa do Leite, do qual participa a maioria doslaticínios e que se agravaram principalmente nos últimos meses, levando o governo a estudar a aquisição de leite em pó para suprir a deficiência no fornecimento do produto a alguns municípios.

Programa do Leite

No caso da pesquisa do IBGE, foram analisados estabelecimentos que fazem beneficiamento do leite. De acordo com o supervisor de Pesquisa Agropecuária do IBGE, Élder de Oliveira Costa, a quantidade de leite recebida pelos laticínios ainda caiu 8% em relação ao último trimestre do ano passado. “A falta de chuva começou a partir de fevereiro”, acrescenta.

O presidente do Sindileite reforça que em janeiro a produção voltada para o Programa do Leite já havia registrado queda. Dos 155 mil litros previstos no contrato assinado com o governo, estavam sendo fornecidos 110 mil litros àquela altura. Atualmente o sindicato estima que o número esteja em torno de 80 mil litros.

Francisco Belarmino ressalta que a situação mais preocupante ocorre na região Seridó, onde a seca é mais acentuada. No entanto, as dificuldades se espalham pelo interior em virtude do aumento no preço dos insumos. O saco de 50 quilos de farelo de soja, que custava em média R$ 35 no começo do ano, hoje chega ao preço de R$ 70.

A pesquisa do IBGE mostra ainda que no primeiro trimestre do ano foram abatidos 24.840 bovinos, resultado 11% menor do que os últimos três meses do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2011, o recuo foi menor, de 0,9%. “É reflexo da menor disponibilidade de rebanho para abate”, avalia Élder Costa. O resultado pode piorar na próxima pesquisa pelo mesmo motivo alegado no setor leiteiro, já que o impacto da seca também tem gerado mortes no rebanho do estado.

Em relação aos suínos, os abates caíram 3,8%, de 3.924 para 3.776 cabeças. Já na produção de ovos de galinhas houve crescimento de 16,3%, passando de 5,2 milhões de dúzias para 6 milhões de dúzias entre janeiro e março deste ano. “A pesquisa é feita em granjas que tenham 10 mil ou mais galinhas.

De 17,5 milhões de litros de leite no primeiro trimestre de 2011, número caiu para 14,9 milhões.

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